Política

É emitido um comunicado do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) onde se divulga que, em dezembro de 2019, fora reportado ao comandante da 6.ª Força Nacional Destacada (FND), na República Centro-Africana, o eventual envolvimento de militares portugueses em atos ilícitos. O comandante da FND relata a situação ao EMGFA, que entrega a denúncia à Polícia Judiciária Militar (PJM) para investigação. Refere o mesmo comunicado que a PJM fez a respetiva denúncia ao Ministério Público, que nomeou como entidade responsável da investigação a Polícia Judiciária civil. A investigação judiciária ganha o nome de Operação Miríade, que põe então a descoberto o envolvimento de algumas dessas forças no tráfico de droga e diamantes. Dado tratar-se de uma missão da ONU naquele país, surgem questões sobre quem informou quem, e de quê. O Presidente da República alude a uma «leveza institucional». Aparentemente, esta chamada «Máfia dos Comandos» serviu para angolanos «lavarem» € 27 milhões provenientes de Angola.

Seguidamente, e nos termos dos artigos 133.º e) e 145.º a) da Constituição, o Presidente da República preside à referida reunião, no seguimento da crise política aberta com a rejeição do Orçamento de Estado pela Assembleia da República. No final, é divulgada a seguinte nota informativa: «O Conselho de Estado, reunido sob a presidência de Sua Excelência o Presidente da República, [...] deu parecer favorável, por maioria, à proposta de Sua Excelência o Presidente da República de dissolução da Assembleia da República», que funcionará a nível interino até 26 de novembro. As posteriores eleições legislativas decorrerão a 30 de janeiro.

Reunião do Conselho de Estado no Palácio da Cidadela, em Cascais, na qual participam, a convite do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e o ex-ministro das Finanças e governador do Banco de Portugal, Mário Centeno. Lagarde é elogiada pelo seu desempenho na recuperação da crise do euro, prometendo que as taxas de juro não serão aumentadas em 2022. Ainda ninguém antevê a invasão da Ucrânia pela Rússia.

A proposta do Governo do Orçamento de Estado para 2022 é rejeitada no Parlamento, com votos contra do PSD (79), do CDS-PP (5), do BE (19), do PCP (10), do PEV (2), do CHEGA (1) e da Iniciativa Liberal (1), com abstenções do PAN (3) e de duas deputadas não inscritas. Inicia-se uma crise política que levará à dissolução da AR e subsequentes eleições legislativas.

O deputado conservador da Câmara dos Comuns, Sir David Amess (1952-2021), é mortalmente esfaqueado por um somali, que é preso ao abrigo da Lei do Terrorismo. O ato é cometido na sessão semanal do deputado na circunscrição pela qual fora eleito (constituency surgery).

Os membros mais preeminentes do PCP divulgam a sua intenção de votar contra o Orçamento de Estado de 2022, o que deixa António Costa sujeito à dissolução da Assembleia da República e às consequentes eleições legislativas daí decorrentes. O BE segue o mesmo caminho. A situação ganha contornos de crise política na semana seguinte.

O Governo anuncia que portugueses com mais de 65 anos vão começar a ser vacinados com a terceira dose.

O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação publica um conjunto de 11,9 milhões de documentos de empresas financeiras que ficam conhecidos como Pandora Papers, revelando atividades financeiras em offshores que envolvem múltiplos líderes mundiais.

As autoridades de saúde indicam que a intensidade da pandemia passou de moderada a reduzida.

As eleições federais alemãs dão a vitória a Olaf Scholz e ao Partido Social-Democrata alemão, vencendo assim a coligação CDU/CSU.