O Conselho Europeu realiza, em Bruxelas, uma reunião extraordinária para discutir a crise dos refugiados no Mediterrâneo. Desde o início do ano cerca de 1200 pessoas tinham já perdido a vida em sucessivos naufrágios e acidentes em barcos sobrelotados e sem condições que, na maior parte dos casos, tentavam alcançar território italiano. Este fluxo de refugiados é sobretudo oriundo da Eritreia, Nigéria e Somália. Os Chefes de Estado ou de Governo dos 28 Estados-membro decidiram centrar a resposta em quatro eixos: reforçar a presença no mar; combater os traficantes; evitar os fluxos de migração ilegal; e reforçar a solidariedade e a responsabilidade a nível interno. Apelaram ainda ao reforço financeiro e em navios de várias operações de controlo marítimo já em curso. Contudo, o fluxo de refugiados intensificar-se-á na Grécia e nos Balcãs a partir de julho de 2015, vindos agora da Síria, Afeganistão e Iraque. Segundo a Frontex das 1,82 milhões de travessias ilegais de fronteiras registadas na UE durante o ano de 2015, cerca de 885 mil ocorreram na Grécia e, 154 mil, na Itália. Em 2014 tinham-se registado em toda a UE cerca 283 mil travessias ilegais, ou seja menos de um sexto. Em 2015 foram igualmente apresentados mais de 1,25 milhões de pedidos de asilo nos 28 países da UE, cerca do dobro dos registados em 2014 (627 mil) e cerca do triplo dos arrolados em 2013 (431 mil), segundo dados do Eurostat. Está é a maior crise humanitária na Europa desde o processo de desintegração da federação da Jugoslávia (1991-2001) e a maior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial.