25 anos de Portugal Europeu
Em 2011, no 25º aniversário da adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, entretanto rebatizada de União Europeia, o país enfrentava uma profunda crise económica, em contraste com as expetativas de desenvolvimento e propesperidade que essa mesma adesão criara. Para assinalar a data, e compreender o percurso do país ao longo desses 25 anos e o impacto da integração europeia na vida política, económica e social de Portugal, a Fundação Francisco Manuel dos Santos encomendou ao antigo Ministro da Economia, Augusto Mateus, e aos seus colaboradores na Augusto Mateus Associados o projeto de investigação condensado neste estudo.
Esta obra encontra-se dividida em quatro partes. Nos Olhares, observa-se a evolução da economia e da sociedade desde a adesão à União Europeia. Nos Retratos, cinquenta indicadores sintetizam o desenvolvimento de Portugal em comparação com a União Europeia. Nos Fundos, analisa-se o financiamento estrutural disponibilizado a Portugal. Nos Roteiros, são exemplificados caminhos de interpretação que percorrem a informação estatística concentrada em olhares, retratos e fundos. No seu conjunto, procura-se encontrar resposta a questões como:
- Que impacto teve a adesão à Europa nos mais variados indicadores económicos do país?
- Que setores da atividade económica nacional beneficiaram mais ou foram mais prejudicados pela integração europeia?
- Que impacto teve essa integração na classe média portuguesa?
- A Europa tornou Portugal um país mais ou menos desigual?
- O país aproximou-se ou afastou-se do nível de desenvolvimento e qualidade de vida dos seus parceiros europeus?
- Que impacto tiveram os fundos de coesão provenientes da União Europeia na economia e sociedade portuguesas? Soube o país aproveitá-los?
- O nível de vida melhorou para a generalidade da população de forma relevante?
- O país progrediu no contexto europeu e tornou-se mais atrativo?
- As empresas tornaram-se mais competitivas e aproveitaram as oportunidades do mercado interno europeu e da globalização?
- O país ganhou sustentabilidade na evolução da forma como produz, consome e valoriza os recursos naturais?
- A trajetória de ocupação do território favoreceu a coesão territorial e a igualdade de oportunidades?
- Onde se deram as grandes mudanças e quais os principais desequilíbrios que se produziram?
Através da análise destas questões, a Fundação procurou forncecer um instrumento que facilite uma compreensão das transformações sofridas por Portugal ao longo dos primeiros 25 anos de plena integração na União Europeia, à luz da economia, da sociedade e dos fundos estruturais, e assim contribuir para que a sociedade portuguesa disponha de ferramentas de reflexão, de modo a poder convergir numa avaliação construtiva do alcance e do significado das profundas transformações ocorridas no tempo de uma geração e num consenso pragmático sobre as prioridades de ação para fazer face aos desafios da crise atual e do futuro próximo.