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O trabalho não pago
Chegar a casa é fazer um novo turno de trabalho? Como é a partilha de tarefas domésticas e do cuidado dos filhos entre o casal? Será esta geração assim tão diferente da anterior?
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O trabalho não pago

Sabia que 56% do tempo que as mulheres passam acordadas em casa é dedicado a trabalho não pago (da casa e dos filhos)? Isto traduz-se em 3h48m por dia, nos dias úteis.

 

Peso do trabalho não pago nos dias úteis
 
 
Partilha de cada tarefa entre o casal

 

Tarefas domésticas: Mulheres que vivem com um homem e têm trabalho pago (43%=100%)

 
 

Tarefas ligadas aos filhos: Mulheres que têm filhos e vivem com um homem e têm trabalho pago (27%=100%)

 
 
Simetria da partilha de tarefas entre o casal

 

Tarefas domésticas:Mulheres que vivem com um homem e têm trabalho pago (43%=100%)

 

 

Tarefas ligadas aos filhos: Mulheres que têm filhos e vivem com um homem e têm trabalho pago (27%=100%)

 
Parte das responsabilidades familiares suportadas pelas mulheres

 

Mulheres que vivem com um homem e têm trabalho pago (43%=100%)

Trabalho não pago (tarefas domésticas e ligadas aos filhos)

 

Despesas familiares

 

A situação de desequilíbrio entre os dois membros do casal intensifica-se se considerarmos a outra parte das responsabilidades familiares: as despesas da família. Muitas mulheres assumem um papel ativo na contribuição para as despesas familiares enquanto a maioria dos homens continua a manter um papel muito passivo no desempenho das tarefas relativas à casa e aos filhos. Se compararmos a divisão das responsabilidades familiares constatamos que, do trabalho não pago, as mulheres assumem-no sozinhas em 30% dos casos, e 43% assumem mais do que os companheiros (ou seja em 73% dos casos elas fazem mais do que eles). Já no que toca à contribuição para as despesas familiares, 54% dos casais reparte as despesas equitativamente, em 27% dos casos os homens contribuem com mais dinheiro e em 19% deles as mulheres contribuem com mais dinheiro.

Conclusões

As mulheres destinam mais de metade do tempo que estão em casa acordadas a fazer o trabalho não pago que resulta da casa onde vivem e do cuidado e educação dos filhos, se é que os têm. Esta proporção mantém-se quase igual estando a mulher ativa no mercado de trabalho (57%, em média) ou não tendo trabalho pago (52%, em média).

Quando uma mulher tem algum filho pequeno, fica praticamente sem tempo para ela. Do tempo que estão em casa acordadas, as mulheres que têm algum filho com 5 anos ou menos, dedicam 46% ao filho, 35% às tarefas domésticas, e 1% ao cuidado de netos ou pessoas dependentes, donde se infere que o conjunto dos trabalhos não pagos requerem 82% do tempo que elas estão em casa acordadas. Nesta situação, o tempo para si próprias fica em menos de uma hora por dia (54 minutos).

Na execução das tarefas domésticas, as mulheres (as que têm trabalho pago e as que não o têm) suportam mais do triplo de trabalho que o companheiro. A mulher efetua, em média, 74% das tarefas domésticas, enquanto o homem com quem vive efetua, em média, 23%. Os 3% restantes são feitos pela ajuda externa remunerada. Os casais que se podem considerar «simétricos» na distribuição destas tarefas são menos de um terço (30%). Nos restantes mais de dois terços, elas fazem mais ou muito mais do que o companheiro.

No cuidado e educação dos filhos, as mulheres também suportam mais do triplo de trabalho que o pai. A mulher ocupa-se, em média, de 73% das tarefas relativas ao cuidado e educação dos filhos e o pai de 21%. Dos 6% restantes ocupam-se os familiares ou a ajuda remunerada. Os casais com filhos que se podem considerar «simétricos» no que diz respeito ao cuidado dos filhos são 35%.

Ao ritmo que, na última geração, evoluiu a contribuição do homem para a execução das tarefas domésticas, faltam entre cinco e seis gerações para que se igualem as posições da mulher e do homem nos casais em que ambos trabalham fora de casa. Nos casais mais jovens em que a mulher tem entre 18 e 40 anos, o homem suporta uma carga ligeiramente superior à que suportam os que têm uma mulher com mais de 40 anos (26%, em média, os primeiros, e 22% os segundos). No entanto, no que diz respeito à contribuição do pai para o cuidado e a educação dos filhos, não houve nenhuma evolução na última geração.

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