Economia

A guerra na Ucrânia, a inflação e as metas revistas para o crescimento do PIB deixam antever grandes mudanças no Orçamento de Estado anteriormente apresentado pelo PS, mas «chumbado» na Assembleia da República, facto que conduziu à dissolução desta e às legislativas subsequentes.

Tornam-se abundantes na comunicação social alusões à prevista subida em flecha da inflação, tanto em virtude da crise energética como da subsequente subida do preço dos produtos alimentares. Segundo o INE, a inflação atinge já 5,3%, o valor mais alto desde 1994.

O Novo Banco anuncia a demissão do seu CEO, António Ramalho, que terá lugar em agosto, numa altura em que o mesmo está a ser investigado pelo BCE em virtude da divulgação da Operação Cartão Vermelho, que implica o dirigente do Benfica Luís Filipe Vieira. A sua saída passa ainda por uma assembleia-geral hostil por parte do Estado e do Fundo de Resolução. Em abril, é noticiado que a dívida deste dirigente desportivo ao Novo Banco orça em € 500 milhões. Entretanto, em maio, é comunicado que o irlandês Mark Bourke será o novo CEO.

A AdC aplica coimas de € 80 milhões a quatro cadeias de supermercados, por conluio nos preços.

O novo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Gabriel Bernardino, apresenta a sua demissão, cabendo a Fernando Medina, novo ministro das Finanças, nomear o seu sucessor.

O Boletim Económico do Banco de Portugal revê em baixa o crescimento do PIB português em 2022 e 2023, passando o primeiro para 4,9% e o segundo para 2,9%. O FMI prevê que, em abril, o crescimento se fique pelos 4%, embora preveja também um crescimento de Portugal acima da zona euro até 2027. Contudo, calcula-se que em 2023 o país volte à cauda da Europa.

A taxa de desemprego volta a ficar em 5,8%, em linha com os anteriores meses de dezembro e janeiro.

A inflação atinge 3,3%, o valor mais elevado desde 2012. As subidas são lideradas pelos combustíveis (17,4%) e pelos óleos e gorduras alimentares (16%). Com uma inflação na produção industrial a atingir já 20,7%, antevê-se uma subida generalizada dos preços.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública emitiu obrigações do tesouro no montante de € 1,25 mil milhões, mas com uma taxa de juro de 1,008%; ou seja, o triplo de emissão semelhante em novembro de 2021, refletindo a alteração da política monetária do BCE, visível nas reuniões de 16 de dezembro de 2021 e de 3 de fevereiro de 2022. Começa a sentir-se um aumento das taxas de juro sobre as hipotecas de habitações. Tal agravamento nas prestações de crédito vai sendo cada vez maior, até pelas consequências do conflito bélico na Ucrânia.

O início da guerra na Ucrânia, provocada pela invasão russa, faz disparar os preços do petróleo e do gás natural. O índice PSI-20 da Bolsa de Lisboa sofre uma queda de 1,52%, revelando a volatilidade dos mercados financeiros a nível mundial. Em breve, este aumento de preços virá a refletir-se vertiginosamente no índice generalizado da inflação.