Cronologias

O Decreto-Lei n.º 480/74 regulamenta os aumentos salariais de quantitativos iguais ou superiores a 7.500$00.

Anúncio da data da manifestação de apoio ao Presidente da República António de Spínola, marcada para dia 28 de setembro.

O Decreto-Lei n.º 488/74 distribui pelos ministérios do Trabalho e dos Assuntos Sociais serviços dos ex-ministérios das Corporações e Segurança Social e da Saúde.

Realiza-se uma corrida de touros da Liga dos Combatentes no Campo Pequeno. Houve aplausos para o Presidente da República António de Spínola e vaias para o primeiro-ministro Vasco Gonçalves. No final, os incidentes em torno do recinto levaram a uma intervenção policial.

Reunião do Conselho de Ministros onde António de Spínola, sem sucesso, procura ver reforçados os poderes da Junta de Salvação Nacional.

O PCP, o MDP/CDE e outras organizações sindicais e de esquerda iniciam uma mobilização contra a manifestação de 28 de setembro. Outras organizações, como o PS e o PPD, afastam-se igualmente desta iniciativa, enquanto o Partido Liberal, o Partido do Progresso, o PDC e Galvão de Melo apoiam a mesma iniciativa e as posições do Presidente da República, António de Spínola. São assaltadas várias sedes de partidos de direita.

António de Spínola recebe em Lisboa uma delegação de «forças vivas de Angola», que pretendiam «uma solução democrática» para aquele território.

Sucedem-se os golpes de força entre os vários centros de decisão política, mas sem operações militares. Formam-se barricadas populares nos acessos a Lisboa com o apoio do COPCON, dos sindicatos e de forças de esquerda e extrema-esquerda com vista a impedir a manifestação da «maioria silenciosa» de apoio a Spínola. Nem o Governo, nem as Forças Armadas, nem as forças de segurança procurarão remover estas barricadas.

A manifestação marcada para este dia é proibida pela Comissão Coordenadora do MFA e cancelada às 13h de dia 28 pelo próprio general António de Spínola. No mesmo dia, são detidas mais de 70 pessoas, acusadas de implicações no que era descrito como uma intentona da direita que tinha pretendido reforçar o peso de Spínola e dos seus apoiantes. Algumas destas detenções foram feitas sem mandado de captura e alguns dos detidos permaneceram presos durante meses sem qualquer acusação formal. Entre os detidos contam-se Franco Nogueira, Artur Agostinho, Moreira Baptista, Silva Cunha, Elmano Alves e Kaúlza de Arriaga.