Nos anos de 1970, Portugal era um país com famílias de muitos filhos e com uma hierarquia de autoridade rígida – do marido face à mulher, dos pais face aos filhos.
Hoje, as famílias são mais pequenas, mais diversas e também mais igualitárias.
O que mudou em 50 anos? Os avanços científicos permitiram um maior controlo da fecundidade e massificou-se o uso de contracetivos, com a pílula em destaque. Foram também introduzidas as consultas de planeamento familiar, potenciadas por uma mudança social e cultural em que a mulheres passam a ser mais independentes.
Uma importante viragem regista-se em 2015. É a partir desse ano que o número de bebés nascidos de pessoas não casadas ultrapassa o dos que nasceram dentro do casamento. É o fruto da generalização das uniões de facto e de uma sociedade menos influenciada pela doutrina da Igreja Católica.
Com o aumento do número de divórcios, cresce o número de famílias monoparentais, recompostas ou homoparentais. As liberdades e garantias dos casais alargam-se. Os casais homossexuais veem reconhecido o direito a casar em 2010. Daí em diante, têm vindo a conquistar novos direitos, incluindo o da adoção, em 2016.