Barómetro da Corrupção
O que pensamos
sobre a corrupção
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A corrupção é um polvo com muitos tentáculos. Mas a sociedade não a vê de uma forma consensual - a começar pela definição do que é ou não corrupção.
O Barómetro da Corrupção ouviu a opinião de 1101 pessoas – uma amostra representativa da população residente em Portugal Continental.
Queremos também saber o que pensa.
A política só atrai pessoas que procuram obter benefícios particulares às custas do bem comum.
Até as pessoas honestas se deixam corromper quando ocupam um cargo de poder.
É ou não é corrupção?
Responda se cada uma das situações é ou não uma forma de corrupção e compare a sua opinião com os resultados do Barómetro.
Os resultados do Barómetro mostram como a perceção do que é ou não é corrupção varia conforme a situação – ainda que, em média, todos os casos abordados nas perguntas anteriores tendam a ser considerados corrupção.
O Barómetro cruzou mais duas perguntas específicas para avaliar melhor o entendimento dos inquiridos sobre a corrupção.
O comportamento tem de ser ilegal para ser denominado de corrupto?
Se o resultado for benéfico para a população, então não é corrupção - ou seja, é um ato justificável?
Com base nas respostas, foram criados quatro perfis de perceção da corrupção.
VIRTUOSOS
Acham que a corrupção pode existir mesmo dentro da legalidade e que os fins não justificam os meios.
INTRANSIGENTES
Para haver corrupção tem de existir um ato ilegal e os fins, mesmo que benéficos para a sociedade, não justificam os meios.
PRAGMÁTICOS
Acham que a corrupção não precisa de estar associada a um ato ilegal, mas pode ser justificável, se benéfica para a sociedade.
FALSOS MORALISTAS
A corrupção surge sempre de um ato ilegal, mas pode ser justificável, se benéfica para a sociedade.
Dois terços dos inquiridos encaixam-se nos perfis intransigente e falso moralista. Ou seja, a maioria tem uma visão legalista, na qual a corrupção advém sempre de um comportamento ilegal.
Um quarto são virtuosos e muito poucos são pragmáticos.
Entre pragmáticos e falsos moralistas, quase 40% dos inquiridos acham que, se o resultado for benéfico para a sociedade, então não é corrupção.
ONDE HÁ MAIS CORRUPÇÃO?
Qual é a sua opinião?
Os clubes de futebol e os partidos políticos são as esferas da vida social nas quais há mais corrupção, na opinião dos inquiridos.
A mesma realidade sob o prisma de cinco grupos de pessoas: os participantes do Barómetro acreditam
que 6 em cada 10 políticos são corruptos - muito mais do que em outros grupos.
A perceção sobre a corrupção também tem cor política. Os participantes que se dizem de centro ou de direita acham, em média, que há maior percentagem de corruptos em todos os grupos sociais.
O PODER CORROMPE?
Diga se concorda ou não com as seguintes afirmações.
Os resultados do Barómetro () mostram que as pessoas tendem a concordar com as duas afirmações. Ou seja, acham que o poder corrompe.
Talvez por isso, a integridade de um político seja um elemento central na hora de votar. Num conjunto de sete atributos avaliados pelo Barómetro, a integridade tem, para os inquiridos, o segundo maior peso na escolha de um candidato.
O COMBATE À CORRUPÇÃO É EFICAZ?
Qual é a sua opinião?
A imagem que emerge do Barómetro não é nada favorável quanto à forma como a sociedade lida com a corrupção em Portugal. A maioria acha que o combate não é nada eficaz.
Um em cada quatro inquiridos (26%) acredita que a responsabilidade pela ineficácia do combate à corrupção é dos próprios cidadãos.
Mas quando se agregam as opiniões em grupos mais abrangentes, é o poder político que salta à frente: 40% dos inquiridos acham que ali é que está o problema.
Para três em cada quatro inquiridos, os principais inimigos do combate à corrupção estão relacionados com procedimentos da justiça, a começar pelos megaprocessos, complexos e intermináveis, mas também as mil e uma possibilidades de recurso e a dificuldade em obter meios de prova.
ESTÁ SATISFEITO COM O TRATAMENTO DA CORRUPÇÃO PELOS MEDIA?
Há mais pessoas satisfeitas do que insatisfeitas com a forma como os media tratam a corrupção. Além disso, um em cada cinco inquiridos declara-se neutro nessa questão.
A idade aqui conta: os jovens estão menos satisfeitos do que outros grupos etários.
Satisfeitos ou insatisfeitos, a maioria acha que a comunicação social, quando trata da corrupção, às vezes peca, e por diferentes razões. A principal delas é a preocupação com a audiência e os lucros.
Esta opinião é importante porque, para os inquiridos, a comunicação social é a principal fonte de informação sobre a corrupção.
1101 pessoas ouvidas
Principais mensagens
Há uma forte condenação social da corrupção. No entanto, nem todos a veem da mesma forma.
A maioria das pessoas tem uma definição legalista do fenómeno. Mas há alguma tolerância a alguns tipos de corrupção.
O futebol e a política são vistos como os setores da vida social mais expostos à corrupção.
O combate ao problema é maioritariamente entendido como ineficaz, sobretudo por responsabilidade do poder político.
O poder corrompe, segundo a maioria das pessoas que participou no Barómetro.
Há mais pessoas satisfeitas do que insatisfeitas com a forma como a comunicação social trata a corrupção.