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Corrupção é um polvo

Barómetro da Corrupção

Como é que a sociedade portuguesa vê a corrupção? A Fundação lança um novo barómetro para compreender o fenómeno, considerado um dos problemas mais graves que o país enfrenta. A maioria dos inquiridos acredita que a política corrompe, considerando a integridade dos candidatos fundamental na hora de ir às urnas. Entre nesta experiência interativa e conheça os resultados do inquérito. O relatório que deu origem a esta infografia está disponível no final da página.
21 min

O que pensamos
sobre a corrupção

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A corrupção é um polvo com muitos tentáculos. Mas a sociedade não a vê de uma forma consensual - a começar pela definição do que é ou não corrupção.

Forças de segurançaSetor socialEmpresasJustiçaBancosParlamentoSociedades de advogadosAdministração públicaGovernoAutarquiasPartidos políticosClubes de futebol8,17,57,57,36,96,96,86,56,56,46,15,38,17,57,57,36,96,96,86,56,56,46,15,3010Nada corruptosTotalmente corruptosNÃO TEM DE SER ILEGALTEM DE SER ILEGAL27%34%7%32%NÃO JUSTIFICÁVELJUSTIFICÁVELÉ ou não é corrupção010Não éÉCunhaPortas giratóriasContornar as regrasAbuso de poderTráfico de influências8,27,57,06,75,1PolíticosEmpresáriosPessoas em geralFuncionários públicosTrabalhadores de setor privadoPara subir na vida, é importante conhecer as pessoas certas85%6%9%41%ConcordaDiscordaNeutroNS/NR69%Concorda16%1%DiscordaNS/NR14%Neutro52%Nada eficaz34%Medianamente13%Totalmente eficaz1%NS/NR26%25%16%10%9%4%3%2%1%1%As empresasA comunicação socialOutroA sociedade civilOs partidos políticosO Ministério PúblicoOs políticosOs tribunaisO governoCada um de nósQuem é responsável?Outro/NS/NRPoder judicialSociedadePoder político40%31%25%4%Dir.CentroEsq.PolíticosEmpresáriosPessoas em geralFuncionários públicosTrabalhadores do privado654844423465474440345445383732Quantos são corruptos?32%65%Orientação ideológica1.Integridade2.Capacidade de compromisso3.Experiência4.Empatia5.Capacidade de resolução de problemas6.Género do líder do partido7.44%Megaprocessos18%76%Demasiadosrecursos12%Falta de meios8%Acusação tendenciosa3%NS/NR14%É difícil provar42%Satisfeito36%Insatisfeito21%Neutro1%NS/NRSatisfeito com os media?7,57,36,66,56,36,15,75,57,57,36,66,56,36,15,75,5É injustaDesrespeita a privacidadeÉ superficialÉ imprecisaÉ opinativaÉ tendenciosaÉ sensacionalistaEstá preocupada com as audiências100SimNãoA comunicação social...71%TV, imprensa, rádio18%Amigos, família, colegas5%Outros5%NS/NRDe onde vem a informação36%48%41%18-34 anos35-54 anos55 ou mais anosSatisfeitos com os media

O Barómetro da Corrupção ouviu a opinião de 1101 pessoas – uma amostra representativa da população residente em Portugal Continental.
Queremos também saber o que pensa.

A política só atrai pessoas que procuram obter benefícios particulares às custas do bem comum.

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Discordo
totalmente
0
10
Concordo
totalmente

Até as pessoas honestas se deixam corromper quando ocupam um cargo de poder.

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É ou não é corrupção?

Responda se cada uma das situações é ou não uma forma de corrupção e compare a sua opinião com os resultados do Barómetro.


Avançar

Os resultados do Barómetro mostram como a perceção do que é ou não é corrupção varia conforme a situação – ainda que, em média, todos os casos abordados nas perguntas anteriores tendam a ser considerados corrupção.

O Barómetro cruzou mais duas perguntas específicas para avaliar melhor o entendimento dos inquiridos sobre a corrupção.

O comportamento tem de ser ilegal para ser denominado de corrupto?

Se o resultado for benéfico para a população, então não é corrupção - ou seja, é um ato justificável?

Com base nas respostas, foram criados quatro perfis de perceção da corrupção.

VIRTUOSOS

Acham que a corrupção pode existir mesmo dentro da legalidade e que os fins não justificam os meios.

INTRANSIGENTES

Para haver corrupção tem de existir um ato ilegal e os fins, mesmo que benéficos para a sociedade, não justificam os meios.

PRAGMÁTICOS

Acham que a corrupção não precisa de estar associada a um ato ilegal, mas pode ser justificável, se benéfica para a sociedade.

FALSOS MORALISTAS

A corrupção surge sempre de um ato ilegal, mas pode ser justificável, se benéfica para a sociedade.

Dois terços dos inquiridos encaixam-se nos perfis intransigente e falso moralista. Ou seja, a maioria tem uma visão legalista, na qual a corrupção advém sempre de um comportamento ilegal.

Um quarto são virtuosos e muito poucos são pragmáticos.

Entre pragmáticos e falsos moralistas, quase 40% dos inquiridos acham que, se o resultado for benéfico para a sociedade, então não é corrupção.

ONDE HÁ MAIS CORRUPÇÃO?

Qual é a sua opinião?


Partidos políticos
Sociedades de advogados
Bancos
Clubes de futebol
Forças de segurança

Os clubes de futebol e os partidos políticos são as esferas da vida social nas quais há mais corrupção, na opinião dos inquiridos.

A mesma realidade sob o prisma de cinco grupos de pessoas: os participantes do Barómetro acreditam
que 6 em cada 10 políticos são corruptos - muito mais do que em outros grupos.

A perceção sobre a corrupção também tem cor política. Os participantes que se dizem de centro ou de direita acham, em média, que há maior percentagem de corruptos em todos os grupos sociais.

O PODER CORROMPE?

Diga se concorda ou não com as seguintes afirmações.

Os resultados do Barómetro () mostram que as pessoas tendem a concordar com as duas afirmações. Ou seja, acham que o poder corrompe.

Talvez por isso, a integridade de um político seja um elemento central na hora de votar. Num conjunto de sete atributos avaliados pelo Barómetro, a integridade tem, para os inquiridos, o segundo maior peso na escolha de um candidato.

O COMBATE À CORRUPÇÃO É EFICAZ?

Qual é a sua opinião?


Totalmente eficaz
Medianamente
Nada eficaz
Não sei/não respondo

A imagem que emerge do Barómetro não é nada favorável quanto à forma como a sociedade lida com a corrupção em Portugal. A maioria acha que o combate não é nada eficaz.

Um em cada quatro inquiridos (26%) acredita que a responsabilidade pela ineficácia do combate à corrupção é dos próprios cidadãos.

Mas quando se agregam as opiniões em grupos mais abrangentes, é o poder político que salta à frente: 40% dos inquiridos acham que ali é que está o problema.

Para três em cada quatro inquiridos, os principais inimigos do combate à corrupção estão relacionados com procedimentos da justiça, a começar pelos megaprocessos, complexos e intermináveis, mas também as mil e uma possibilidades de recurso e a dificuldade em obter meios de prova.

ESTÁ SATISFEITO COM O TRATAMENTO DA CORRUPÇÃO PELOS MEDIA?


Muito ou parcialmente satisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Muito ou parcialmente insatisfeito
Não sei/não respondo

Há mais pessoas satisfeitas do que insatisfeitas com a forma como os media tratam a corrupção. Além disso, um em cada cinco inquiridos declara-se neutro nessa questão.

A idade aqui conta: os jovens estão menos satisfeitos do que outros grupos etários.

Satisfeitos ou insatisfeitos, a maioria acha que a comunicação social, quando trata da corrupção, às vezes peca, e por diferentes razões. A principal delas é a preocupação com a audiência e os lucros.

Esta opinião é importante porque, para os inquiridos, a comunicação social é a principal fonte de informação sobre a corrupção.

1101 pessoas ouvidas

Principais mensagens


1.

Há uma forte condenação social da corrupção. No entanto, nem todos a veem da mesma forma.

2.

A maioria das pessoas tem uma definição legalista do fenómeno. Mas há alguma tolerância a alguns tipos de corrupção.

3.

O futebol e a política são vistos como os setores da vida social mais expostos à corrupção.

4.

O combate ao problema é maioritariamente entendido como ineficaz, sobretudo por responsabilidade do poder político.

5.

O poder corrompe, segundo a maioria das pessoas que participou no Barómetro.

6.

Há mais pessoas satisfeitas do que insatisfeitas com a forma como a comunicação social trata a corrupção.



Documentos
Imagem de capa do relatório Barómetro da Corrupção
Portuguese, Portugal