Cronologias

O Decreto-Lei n.º 171/74 extingue a PIDE/DGS, a Legião Portuguesa, a Mocidade Portuguesa e a Mocidade Portuguesa Feminina e altera algumas atribuições da Polícia Judiciária e da Guarda Fiscal. Ficarão na dependência das Forças Armadas e à sua custódia todo o material mecânico, veículos, armamento e munições, mobiliário, livros, papéis de escrituração, documentos, arquivos e demais elementos afetos à extinta direção-Geral de Segurança.

O Decreto-Lei n.º 172/74 dissolve a ação Nacional Popular.

Um documento do comité central do PCP apoia o derrube do regime e mostra-se disponível «para a criação de um Governo Provisório que instaure as liberdades democráticas e acabe com a guerra».

Um despacho do respetivo juiz adia o julgamento dos implicados no processo da ARA: «Tendo a DGS comunicado telefonicamente a impossibilidade de assegurar a condução dos réus a este tribunal, devido a um movimento das Forças Armadas, adio sine die o julgamento».

Formação da Junta de Salvação Nacional, sendo presidida pelo general António de Spínola e constituída por: general Francisco Costa Gomes; general Diogo Neto; brigadeiro Jaime Silvério Marques; coronel Carlos Galvão de Melo; capitão-de-mar-e-guerra José Baptista Pinheiro de Azevedo; capitão-de-fragata António Alva Rosa Coutinho.

Uma reunião de 15 sindicatos da Intersindical Nacional aprova um comunicado final a saudar o MFA e a apresentar um caderno de 14 reivindicações. É decidida também a imediata ocupação dos sindicatos com direções corporativas (a 27 é ocupado o Sindicato dos Escritórios de Lisboa, um dos mais importantes do país). A 30 de abril realiza-se o primeiro contato oficial da Junta de Salvação Nacional com representantes sindicais – António de Spínola avista-se com 200 sindicalistas no Instituto de Altos Estudos Militares. No mesmo dia, vários sindicatos ocupam o Ministério das Corporações e Segurança Social, na Praça de Londres em Lisboa, que passa a designar-se por Ministério do Trabalho. Francisco Canais Rocha, um comunista libertado em 1973 após cinco anos de prisão, é o novo coordenador da Intersindical.

Ao início da madrugada (1h30), o general António de Spínola, na companhia dos restantes elementos da Junta de Salvação Nacional, presentes à data em Lisboa, dirige-se aos estúdios da RTP onde lê pela televisão uma proclamação ao país.

O Decreto-Lei n.º 173/74 amnistia os crimes e outras infrações disciplinares de natureza política.

A PIDE/DGS rende-se às Forças Armadas cerca das 9h30 da manhã, após resistência dos agentes sitiados nas instalações da Rua António Maria Cardoso. No dia 25, os disparos a partir do edifício contra os manifestantes civis provocaram quatro mortos e dezenas de feridos.