Cronologias

Ocorrem várias rusgas e apreensões na editora Publicações Europa-América, de Francisco Lyon de Castro. São confiscados 73 000 livros em várias instalações e livrarias. O edifício-sede, em Mem Martins, esteve cercado e dele foram levados 14 802 volumes; na loja de Lisboa foram apreendidos 6975. Entre estes livros contava-se, por exemplo, ABC da Culinária, de Etelvina Lopes de Almeida, apenas porque esta autora estava dada como não-simpatizante do salazarismo. Também foi proibida a circulação de 23 títulos que estavam no prelo, provocando elevado prejuízo.

Na Argélia, o ministro da Defesa Houari Boumédiène derruba o Presidente Ahmed Ben Bella.

A Lei n.º 2126 aprova as bases que alteram o Decreto-Lei n.º 28 219, de 24 de novembro de 1937 (uso de acendedores e isqueiros), reduzindo a severidade do regime e das penalizações em caso de ausência de licença. A base I decreta que «as multas devidas por infração do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 28 219, não são convertíveis em prisão». Ficam isentos de responsabilidade por contravenção os menores com idade inferior a 16 anos (base IV) e são dispensadas de licença para uso de acendedores e isqueiros as pessoas não residentes no continente e ilhas adjacentes que aí se encontrem por um período não superior a cento e oitenta dias (base V).

Em Bruxelas, «Crise da Cadeira Vazia», nome dado ao rompimento, por parte da França, das negociações sobre o financiamento da PAC. O Governo francês acabará por ordenar a retirada do seu representante permanente e a delegação francesa deixa de participar nas reuniões comunitárias, boicotando a tomada de decisões. A 26 de julho, o Conselho da CEE reúne, pela primeira vez, sem a presença da França.

É formada a banda rock The Doors, em Los Angeles.

Alberto Ferreira publica Diário de Édipo (edição de autor).

No XXXIII Congresso Internacional do Pen Club, o dramaturgo Arthur Miller é eleito presidente daquela organização. Ocupará o cargo até 1969.

Início da Operação Águia, primeira grande operação realizada pelas forças armadas portuguesas em Moçambique, tendo por base a região de Mueda, capital tradicional do planalto dos macondes. Terminaria a 6 de setembro de 1965. A presença de guerrilheiros e a luta armada permaneceriam nesta zona do território moçambicano.

A Portaria n.º 21 373 reduz nos anos de 1965 e 1966 a duração de vários cursos da Academia Militar, considerando que o sistema anterior não permitia formar oficiais em tempo conveniente para satisfazer as necessidades de pessoal que as circunstâncias impunham.