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Cria de uma baleia azul ao largo da ilha do Pico, nos Açores, da autoria do fotojornalista Luís Quinta.

No rasto de baleias, orcas e golfinhos nas águas portuguesas

Fotojornalista e realizador de filmes sobre história natural multipremiado, Luís Quinta tem seguido o rasto de grandes e pequenos cetáceos nas águas nacionais. Da Costa da Caparica às profundezas dos Açores, deixa-nos uma visita guiada ao percurso de baleias, cachalotes e golfinhos que nascem no território ou que o visitam em migrações regulares.
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As águas portuguesas são um infantário para o maior animal marinho do mundo. «A fotografia desta cria de baleia-azul a saltar fora de água é hiper-rara», conta Luís Quinta, que no início dos anos 2000 conseguiu captar esta imagem (em cima) ao largo da ilha do Pico, nos Açores. «É muito raro ver uma cria saltar desta forma».

O fotógrafo estava a bordo de um barco, no rasto de um grupo de baleias-azuis, entre elas uma mãe com a cria, quando a vê dar um primeiro salto. «Ficámos todos surpreendidos. A cria ainda saltou uma segunda vez e foi esse salto que consegui captar», recorda o fotógrafo, lembrando que «os Açores são uma autoestrada de muitas espécies em migração, como é o caso da baleia-azul».

Todos os anos cruzam as águas nacionais muitos outros gigantes marinhos como baleias-de-bossa, orcas, baleias-comuns e cachalotes. E no caso dos cachalotes, «os Açores são mesmo um berçário», diz. «As crias nos primeiros dias são muito frágeis e andam muito à superfície. Nadam de forma desajeitada, rodeadas de adultos», explica.

A fotografar a vida no mar e em terra há 40 anos, Luís Quinta tem uma rede de informadores – cientistas, biólogos, pescadores – que lhe garantem cobertura para avistamentos em locais distantes da Costa da Caparica, onde mora, e fotografa regularmente as rotas de baleias e tartarugas.

«Lembro-me que durante dez anos tentei fotografar o tubarão-baleia nos Açores, sem sucesso. Um ano ligaram-me dos Açores a dizer: 'estão cá'. Meti-me no avião e no dia em que cheguei ainda houve avistamentos, mas não os consegui fotografar», conta. «Isso só aconteceria durante a pandemia, em que me avisaram que o mar estava cheio de 'pintados'. Fiz o teste de Covid, consegui voo e fotografei-os em Santa Maria».

Com as águas mais quentes durante a Primavera e o Verão, milhares de golfinhos – golfinhos-comuns, golfinhos-riscados ou golfinhos-roazes – procuram a abundância de peixe junto da costa portuguesa. E até tartarugas-de-couro, que nascem nas Caraíbas, veem alimentar-se à Costa da Caparica a partir de setembro.

Mas ainda em agosto, Luís viu baleias-comuns, «animais com mais de 20 metros», algumas baleias-anãs, baleias-piloto e orcas quase à porta de casa, entre a Costa da Caparica e o Cabo Espichel. Num dia viu uma baleia-anã, uma baleia-comum, uma baleia-sardinheira e muitas baleias-piloto tropicais. «Foi um dia bom. Um dia cheio de encontros».

Imagem de um golfinho riscado na Fonte da Telha, da autoria do fotojornalista Luís Quinta.
Gofinho-riscado na Fonte da Telha, na Costa da Caparica.
Imagem de um grupo de cachalotes junto à Ilha do Pico, Açores.  Crédito:Luís Quinta.
Grupo de cachalotes ao largo da Ilha do Pico, Açores.
Imagem da cauda de uma baleia de bossas, tendo ao fundo a ilha do Pico, nos Açores. Crédito: Luís Quinta.
Uma baleia-de-bossas, tendo ao fundo a ilha do Pico, Açores.
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