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casal sénior caminhando de mãos dadas em jardim

Processos de Envelhecimento em Portugal

Como usam o seu tempo os portugueses com mais de 50 anos? Quão ativos são? Como e e em que grau se relacionam com os outros? Que condições de saúde e de vida têm? Encontre a resposta a estas e outras questões no estudo “Processos de Envelhecimento em Portugal”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
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Processos de Envelhecimento em Portugal

As últimas décadas do século passado registaram um aumento ininterrupto do número de pessoas idosas que transformou as sociedades mais desenvolvidas em sociedades envelhecidas. A conjugação da queda da fecundidade com o aumento da esperança média de vida, bem como a fortíssima emigração das décadas de 1960 e 1970, estão na base da importância absoluta e relativa que a população com mais de 65 anos tem hoje na sociedade portuguesa. 

Uma maior longevidade, embora naturalmente positiva, traz mudanças radicais do quadro de vida no que respeita ao estado de saúde e à participação na sociedade. Viver mais significa também estar mais exposto a doenças crónicas, assim como ao declínio das redes pessoais e sociais. As condições sociais afetam o estado de saúde individual em qualquer fase do curso de vida, porém, o risco de desenvolver doenças também aumenta, consideravelmente, com a idade. À medida que esta aumenta, um número crescente de pessoas confrontar-se-á com problemas acrescidos de autonomia e dependerá cada vez mais dos outros, bem como dos apoios sociais e familiares.

Com este estudo, coordenado por Manuel Villaverde Cabral, a Fundação procurou compreender as condições de vida deste crescente número de “velhos” portugueses, debruçando-se sobre questões como:

  • O trajeto profissional dos “velhos” portugueses e a sua entrada na reforma
  • As suas redes interpessoais, relações de apoio e de vizinhança
  • O seu grau de participação social
  • As suas práticas de atividades de tempos livres
  • O seu estado de saúde
  • As assimetrias entre os diferentes grupos sociais no que a estes aspetos diz respeito

Este estudo aponta para a existência de relações estreitas entre a atividade social e vários aspetos da saúde física, emocional e mental das pessoas de idade, sublinhando a importância dessa atividade para as manter independentes, produtivas e saudáveis. Assim, propõe ainda repensar o papel social do grupo idoso na sociedade, normalmente visto sob a égide da dependência, da pobreza e da exclusão, como podendo representar também um mercado potencial para inúmeras atividades económicas relevantes, como o turismo ou as universidades para a terceira idade.

Contrariamente àquilo que a ideologia do envelhecimento ativo parece por vezes induzir, o efeito de idade – em suma, a combinação dos efeitos biofísiológicos, cognitivos e sociais do curso de vida – tende a exercer o seu impacto, virtualmente, a todos os níveis da existência dos indivíduos, confirmando portanto as teses, por mais atenuados e dilatados no tempo que esses efeitos sejam, da desvinculação gradual dos mais idosos em relação à participação na vida social e até familiar.
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