Durante décadas, acreditámos que o ADN continha todas as respostas. O biólogo Alfonso Martínez Arias propõe, no entanto, uma visão diferente: «a genética é simples, o problema é achar que é a resposta para quem somos».
Neste episódio ao vivo de «Isto não é assim tão simples», gravado no Salão Nobre da Universidade de Lisboa, o investigador da Universidade Pompeu Fabra (Barcelona) explica porque é que o século XXI será o século da célula. As células comunicam, cooperam e organizam-se para formar organismos complexos, e é nessa interação que pode residir o segredo da vida.
Martínez Arias convida-nos a dar um passo atrás e olhar para além da genética. Durante o século XX, o foco foi o gene: descobriu-se o ADN e completou-se o genoma humano. Mas, quando o investigador e professor observa o corpo humano a partir das suas células, encontra outra história para contar.
Segundo o biólogo, «os genes são apenas mecanismos que as células usam», e compara-os a ferramentas comuns: não basta o martelo e os parafusos para montar um móvel, é preciso o plano e, esse, só as células conhecem.
Do estudo das células estaminais aos organoides - pequenas réplicas de órgãos criadas em laboratório - Martínez Arias mostra como a biologia está a transformar o modo como entendemos o desenvolvimento, as doenças e até o envelhecimento.
O cientista acredita que estes novos modelos celulares que nascem em laboratório vão dar origem a uma medicina revolucionária: a celular.
«A Célula: grande construtora da vida» de Alfonso Martínez Arias (Temas e Debates)
[IN]PERTINENTE, «O que é a vida?» (podcast FFMS)
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«The Incompleteness of Evolution», com Alfonso Martínez Arias
Grandes temas, grandes nomes num novo programa dedicado a entrevistas com personalidades internacionais ligadas à política, economia e sociedade. Conduzidas pelo jornalista Pedro Pinto, estas conversas, com convidados especiais, querem simplificar e ajudar a desmistificar alguns dos temas mais importantes da atualidade. Todos os meses, no site da Fundação.