O fim da venda de carros a diesel e a gasolina em 2035 acaba de ser aprovado pela União Europeia. Uma medida destinada a reduzir para zero as emissões de dióxido de carbono, que está longe de ser isolada e terá impactos na forma como nos deslocaremos no futuro.
Portugal já está a contribuir para a mudança. Na Marinha Grande foi desenvolvido o protótipo do primeiro carro eléctrico nacional, o Tuga, por uma start up co-fundada por um português, e várias empresas nacionais estão a aperfeiçoar tecnologia para uma mobilidade mais verde, em parceria com grandes empresas internacionais.
Num Portugal na cauda da Europa, a competitividade e o crescimento económico vão depender cada vez mais da forma como o país se liga ao continente, mas também se coloca estrategicamente no comércio internacional.
O oceano Atlântico é uma auto-estrada à porta do país, onde se cruzam uma série de rotas do hemisfério Norte para o hemisfério Sul, das Américas para a Europa, ou as rotas da Ásia que atravessam o canal do Suez. Um potencial que esbarra na capacidade dos portos nacionais e no funcionamento das suas alfândegas.
Vital para o turismo, o transporte aéreo tem na capacidade dos aeroportos nacionais um dos seus grandes entraves, num processo que se arrasta há décadas. E que está novamente a gerar polémica com o primeiro-ministro a anular a decisão do ministro Pedro Nuno Santos de apostar em duas novas infraestruturas, uma no Montijo e outra complementar em Alcochete.
Já a ferrovia – a melhor forma de encurtar distâncias por terra dentro do país e com o centro da Europa – está congestionada ou não funciona. Exemplo disso, é a ligação entre a capital e o Porto, que já devia estar abaixo de 90 minutos, mas continua a prolongar-se por 3 horas – tal como na década de 1980. Ou a urgência de conseguir agilizar a ligação à Europa, com a compatibilização do sistema ferroviário nacional e espanhol com o utilizado pelos restantes países.
Como é que a acessibilidade vai influenciar a produtividade do país e das suas regiões? Em que sistemas de transportes e infra-estruturas deve o país apostar para um futuro mais ambientalmente sustentável e para o desenvolvimento da sua economia?
No Fronteiras XXI debateram-se os transportes que precisamos para o futuro. Com o especialista em Transportes Carlos Oliveira Cruz, o presidente da TIS, empresa de consultoria em mobilidade e transportes José Manuel Viegas, o responsável pela área de Mobilidade, Automóvel e Cidades no Ceiia Paulo Humanes, e José Luís Teixeira, director de Supply Chain e Logística da cadeia Pingo Doce.
Com uma entrevista exclusiva ao director-executivo do Future Energy Systems Center no MIT, o norte-americano Randall Field.
A moderação é da jornalista da RTP Ana Lourenço.
infografia: Para onde nos levam os transportes
Infografia: O que mudou nos transportes em Portugal
Qual a eficiência e o impacto dos transportes em Portugal?Análise das empresas do setor dos transportes pelo Banco de Portugal
Vídeo resumo do estudo Sistemas de Transportes em PortugalCEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento
Debater os grandes temas que desafiam Portugal e o mundo, colocando frente a frente conceituados especialistas nacionais e/ou internacionais e uma plateia selecionada. É este o desafio do Fronteiras XXI, programa mensal da RTP3 que resulta de uma parceria entre a Fundação Francisco Manuel dos Santos e a RTP.
Ao longo de 90 minutos, discutem-se temas que marcam a atualidade, mas também outros, menos mediáticos, que afetam o dia a dia dos portugueses para falar do presente a pensar no futuro.