Em 1900, 41% dos trabalhadores americanos estavam empregados no setor agrícola. Em 2000, esta fração tinha caído para 2% (Autor, 2015). Não terá sido porque a dieta dos americanos se tornou mais frugal. Muito pelo contrário. A substituição das diligências por comboios, dos veleiros por embarcações a motor ou de enxadas por lagartas mecânicas assentou em tecnologias que favoreceram a automação da maquinaria. Assim, por exemplo, a produção em massa da indústria automóvel fez reduzir a procura a níveis vestigiais de muitas profissões equestres, como os ferreiros e os palafreneiros. As inovações tecnológicas que são introduzidas no local de trabalho são desenhadas para poupar a utilização do fator trabalho, especialmente o que é empregado em tarefas repetitivas e facilmente codificáveis.
Que profissões estão ameaçadas pela automação? Será a polarização de emprego limitada pelo paradoxo de Polanyi? Isto é, pela noção de que «sabemos mais do que somos capazes de verbalizar», o que torna muito difícil explicitar as regras e procedimentos de tarefas que são executadas pelos humanos de forma tácita e sem esforço.
Afinal, a Google precisou de 16.000 computadores para fazer reconhecer a imagem de um gato (New York Times, 2012). E os carros autónomos não são mais do que uma espécie de comboios que percorrem carris invisíveis - os mapas digitais.
Conferências que reúnem os maiores especialistas nacionais e internacionais sobre temas que vão da ética à política, das mulheres aos jovens, da segurança social ao envelhecimento, da economia à ciência e ao universo.