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Chantal Mouffe e Jean L Cohen: Democracia sem «demos»?

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O filósofo francês Claude Lefort chamou repetidamente a atenção para o que considerava ser uma particularidade da democracia moderna e que consistia em esta encarar o poder como um lugar vazio. Importa aqui salientar a diferença entre afirmar que o poder é um lugar vazio e dizer que o poder não pertence a ninguém, como se podia sustentar em relação às democracias antigas. Neste último caso, os membros duma comunidade recusam a cada um dentre eles o direito de se apoderar do poder, mas este é reivindicado pela comunidade no seu todo; pelo contrário, quando se diz que o poder é um lugar vazio o que está em causa é afirmar que o poder é irrepresentável, que nenhuma comunidade o sustenta e que a sociedade é uma diversidade pura de indivíduos. Será este diagnóstico das democracias modernas correto? Como foi possível chegar a esta situação? E como a poderemos superar?
– A democracia pressupõe um «nós» e um «eles» [Pode haver uma democracia cosmopolita?]? 
– Existe democracia sem «demos»? 
– O que é que constitui/define um povo? 
– Como podemos definir o «nós» e o «eles» nas condições atuais? Através das nações, ou das classes sociais? 
– A democracia deve ainda ser compreendida nos quadros do Estado, ou à sua margem? 
– A democracia é possível em grandes espaços onde convivam vários povos [A globalização e a democracia são compatíveis?]? 
– Os fluxos migratórios constituem uma ameaça à democracia [povo e identidades culturais]? 
– Por quem devem ser distribuídos recursos escassos [apenas por quem tenha com a comunidade política laços de ligação efetiva?]? 
– É a democracia uma forma de Estado ultrapassada? 
– Vivemos já na era da Pós-democracia?

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