Os 50 anos de democracia mudaram profundamente o país. Trouxeram mais liberdade, igualdade, escolha e participação. E guiados por estes quatro princípios viajamos pelas últimas cinco décadas.
Cruzando a análise de sete especialistas, com as opiniões e testemunhos de doze cidadãos, este documentário da Fundação, em parceria com a RTP, viaja ao passado para olhar os desafios futuros.
Analisa as grandes conquistas – como a garantia de direitos iguais para todos, oacesso ao ensino, a emancipação das mulheres ou a liberdade de imprensa –, mas também o que é preciso fazer para fortalecer a democracia face às ameaças iliberais que lhe são colocadas.
Se o sistema democrático português está consolidado e é robusto, os portugueses esperam mais do regime. «Hoje voto, mas não voto com a mesma vontade e dedicação», conta a enfermeira Ana Guerreiro, de 41 anos, para quem a ida às urnas começou por ser sinónimo de «que podia fazer a diferença».
«Há falta de correspondência entre os decisores políticos e os jovens no acesso à justiça, à habitação, à saúde, ao trabalho», justifica Célia Lopes, de 28 anos.
«A democracia perfeita, de facto, não existe», explica o investigador Marco Lisi, argumentando que «há sempre uma tensão entre o que é a democracia na prática e o seu funcionamento ideal».
O Portugal de 1974 não é o mesmo de 2024, mas estes cinquenta anos refletem avanços inegáveis.
«A democracia dá trabalho. Dá sempre trabalho, no sentido em que é difícil mantê-la», reconhece Fernando Pimenta, arquiteto, de 29 anos, para quem a abstenção não é uma opção. «Se eu não deixar expressa a minha intenção, todas as outras intenções prevalecerão».
Importa, por isso, continuar a construí-la, para que chegue a todos: aos que se afastaram, aos desiludidos com a política e com os partidos, aos que ainda se reveem no Parlamento e aos que optam, hoje, por novas formas de participação.
Documentários da Fundação Francisco Manuel dos Santos coproduzidos com a RTP.
Os portugueses e o mundo acreditaram. O regime saído do golpe de Estado de 25 de abril de 1974 seria o motor auspicioso da transição de Portugal para...