Em tempos conturbados «a grande magia» da democracia é a capacidade de se autocorrigir. «Quando enfrentam crises ou pandemias, as autocracias não têm capacidade de reagir às necessidades dos eleitores. As democracias sim», defendeu o cientista político Daniel Ziblatt, da Universidade de Harvard, durante o evento Cinco Décadas de Democracia, o que mudou?, no Quartel do Carmo, em Lisboa.
Neste debate, que juntou dois dos maiores pensadores internacionais sobre democracia, a professora da Universidade de Columbia Sheri Berman, deixou vários alertas sobre os riscos que hoje ameaçam o sistema democrático.
«Quando vemos muitos eleitores dispostos a apoiar partidos autocratas, isso deve deixar-nos em alerta. Porque isso significa que muita gente que já perdeu a confiança na democracia, que o sistema político já não responde às suas expectativas», adianta a cientista política.
Assista a esta conversa moderada pela cronista e comentadora política britânica, Ayesha Hazarika.
Portugal hoje é muito diferente do que era há 50 anos. Quase cinco décadas depois, que mudanças profundas aconteceram no país? E que lições devemos retirar para melhorar o futuro?
A Fundação tem um extenso programa para refletir sobre o que mudou e o que é preciso garantir para melhorar a democracia nacional.
Um programa que começa no Quartel do Carmo onde o regime caiu – com o evento «Cinco décadas de democracia, o que mudou?» – e se estende a mais debates, uma série de oito minidocumentários, documentários, publicações e estudos, que vão permitir pensar e construir o futuro coletivo.