Um temporal destrói bairros de barracas em Odivelas. A 12 de maio, os desalojados (48 famílias, num total de 600 pessoas) ocupam um bairro de casas pré-fabricadas devoluto, propriedade da Federação da Caixa de Previdência e Abono de Família do Comércio do Distrito de Lisboa. A Federação processou judicialmente os ocupantes. A 2 de novembro os ocupantes seriam condenados a pesadas penas pecuniárias e ao abandono compulsivo das casas. Pouco antes da data marcada para a ação de despejo, em abril de 1971, o ministro das Corporações atendeu os cerca de 600 moradores que pediam autorização para permanecer nas casas, mediante a fixação de uma renda e o pagamento em prestações das despesas de tribunal. O problema do realojamento urbano continuará dependente, em larga medida, de atos casuísticos das autoridades.