Cronologias

O Decreto-Lei n.º 323/71 procede à reestruturação do Instituto do Trabalho, Previdência e ação Social do Ultramar, enquanto o Decreto-Lei n.º 324/71cria nas províncias ultramarinas o Serviço de Emprego.

Início da discussão da Lei de Imprensa na Assembleia Nacional. Antes da discussão na especialidade é aprovado um requerimento que, tal como na revisão constitucional, levanta sérias questões processuais ao eliminar a discussão de alguns dos textos propostos. No dia seguinte, Francisco Sá Carneiro discursa sobre a «inconstitucionalidade formal» destes procedimentos e o facto de o hemiciclo ser uma «câmara de eco» do Governo, contestando aspetos regimentais do processo de revisão constitucional. A 9 de agosto, a proposta de Lei de Imprensa da comissão eventual será aprovada na Assembleia Nacional com ligeiras alterações.

Realizam-se as exéquias solenes no Panteão Nacional, no primeiro aniversário da morte de António de Oliveira Salazar, oficiadas pelo bispo de Madarsuma, António dos Reis Rodrigues, bispo auxiliar de Lisboa, antigo procurador à Câmara Corporativa (1961-1965), capelão-mor das Forças Armadas (1967-1975) e futuro secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (1975-1981). No mesmo dia, na Igreja dos Jerónimos, monsenhor Francisco Moreira das Neves, sub-director do jornal católico ultraconservador Novidades, profere uma «Oração Fúnebre» por Salazar.

Início do Festival de Vilar de Mouros, que se prolonga por mais dois fins-de-semana, até 15 de agosto. O festival, que começara como um encontro de ranchos folclóricos, vinha alargando o espectro musical. Em 1971, o cartaz inclui Amália Rodrigues, Duo Ouro Negro, Elton John e Quarteto 1111. À semelhança de festivais estrangeiros de música pop, Vilar de Mouros adquire uma aura mítica para toda uma geração.

Após uma estadia em Cuba, onde esteve a encenar a peça de Bernardo Santareno A Traição do Padre Martinho, o ator e encenador Rogério Paulo publica (com Rine Leal) Introdução ao Teatro Cubano (Lisboa: Seara Nova).

Dissolução do Grupo de ação Teatral, companhia residente do Teatro Villaret, por ter terminado o prazo de duração do contrato com a empresa proprietária do teatro, ilustrando as dificuldades do teatro artístico não apoiado.

O Banco de Portugal anuncia que, atendendo aos interesses da economia portuguesa e dada a solidez do escudo, foi decidido não alterar a paridade existente e permitir a reabertura das operações de compra e venda de moeda estrangeira.

Realizam-se movimentos grevistas e manifestações de empregados do comércio e de escritórios; os trabalhadores bancários e dos seguros reivindicam a redução do horário de trabalho e maior liberdade sindical. O Governo demite os dirigentes de vários sindicatos, nomeando em seu lugar comissões administrativas.

O MPLA forma um Governo no exílio.