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Estou na internet.

Estou na internet.

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Numa passagem breve pelo site da Fundação, chama-me a atenção um facto que vai alimentar o debate no Mês da População.

 

Não sem alguma apreensão, confirmo: Graça Maria, já vais tarde. A média de idade com que as mulheres em Portugal têm o primeiro filho é de 30 anos (e meio). Devo 9 anos à média. Enfim, resguardo-me emocionalmente na felicidade que me dá a minha Bainha de Copas, e sei que contribuí para fertilizar outra taxa de natalidade, a das empresas. Concluía o Augusto Mateus, no estudo 25 anos de Portugal Europeu, que o nosso país tem uma elevada taxa de natalidade de empresas no contexto europeu. Felizmente não faço parte do fim do raciocínio dele: diz que Portugal também é o país em que mais empresas morrem ao terceiro ano de actividade. Falando em actividade, iniciei a minha actividade física há quase um ano. Se é para viver até aos 83 anos, de acordo com a esperança média de vida apontada na Pordata, então que viva com qualidade e dignidade. A mesma que o meu pai tem, aos quase 66, e oxalá passe com distinção a fasquia dos 77,2 da média. O meu pai todos os dias é um exemplo daquilo que tanto se fala aqui. Já explico. 

Um destes domingos, a bordo do fantástico comboio histórico presidencial que em 1966, de acordo com as Cronologias de Portugal Contemporâneo, ainda transportou Américo Tomás até Campanhã [para inaugurar a electrificação da linha], falávamos das pequeníssimas coisas que formaram os nossos espíritos livres. É só meu pai, não é filósofo, escritor ou sociólogo, mas encontrei um paralelo com a nossa forma de ser e de estar num dos documentários realizados pela FFMS, O Valor da Liberdade. Nesse episódio, Gilles Lipovetsky, com toda a simplicidade, junta-se à nossa conversa de família: “uma grande forma de liberdade hoje é realizar algo de que se goste, feito de acordo com critérios próprios. É por isso que as pessoas vão ao canto coral, escrevem blogues, fazem música, teatro, pintam... Há aqui uma criação, que pode ser modesta, mas a liberdade não é apenas escolher. Há uma liberdade no facto de, mesmo que custe, fazer coisas que vêm de nós, que dependem de nós.” Termino, admirada com este lugar, www.ffms.pt, de que claramente faço parte, ou não saberia tanto sobre mim.

Estamos todos na internet. 

 

O acordo ortográfico utilizado neste artigo foi definido pelo autor.

Portuguese, Portugal