50 anos de Democracia em números
No dia em que a democracia portuguesa celebra o seu 50º aniversário, a Pordata revela como evoluiu o país desde 1974, através de um retrato infográfico.
São 28 infografias que ilustram as principais mudanças desde a revolução de abril, em áreas que vão da demografia, à modernização do país, das conquistas laborais à proteção social e às condições de vida dos portugueses.
No país, a taxa de natalidade diminuiu e as famílias tornaram-se menos numerosas. Se em 1970, uma família era composta, em média, por 3,7 pessoas, hoje a sua composição reduz-se a 2,5 pessoas. Por outro lado, cresceu o peso daqueles que vivem sozinhos, enquanto os agregados com cinco ou mais elementos diminuíram.
A composição da população mudou e a sociedade portuguesa tornou-se mais cosmopolita. Em 1974, era reduzido o número de estrangeiros a viver no país. Agora representam 7,5% dos que vivem em Portugal.
Os portugueses também casam menos. Desde 1974 que o número de casamentos caiu para metade: eram 81724 mil e agora não chegam aos 37 mil.
Mais escolarizados
Uma das maiores conquistas da democracia foi a generalização do acesso ao ensino. Em 1970, um em cada quatro português era analfabeto, ou seja existiam 1,8 milhões de pessoas que ñao sabiam ler nem escrever. Destes, 64% eram mulheres. A taxa de analfabetismo baixou para 3,1%, em 2021, representando 293 mil pessoas.
As mudanças no ensino superior são também um bom exemplo da democratização do ensino. Em 2023, havia cinco vezes mais alunos do que em 1978 (446 mil vs. 82 mil), e as mulheres já ultrapassaram os homens entre os alunos das universidades e politécnicos.
Mais protegidos
É só na década de 1970 e 1980 que se concretiza um efetivo sistema de segurança social no país, com um aumento dos apoios e um alargamento das prestações sociais à população portuguesa. Entre 1974 e 2022, as pensões de velhice atribuídas pela Segurança Social aumentaram de 441 mil para 2 milhões.
O aumento das despesas das prestações sociais da Segurança Social revela que, entre 1977 e 2022, estas despesas mais do que duplicaram o seu peso: passaram de 5% para 12% do PIB.
Todas estas mudanças tiveram impacto nas condições de vida dos portugueses. O número de casas duplicou, com o país a registar, nos dias de hoje, quase 6 milhões de residências habituais. E se, há 50 anos, mais de metade das casas não tinha duche nem água canalizada, os Censos de 2011 já dão conta que pelo menos 98% das casas têm já estas instalações básicas.
Mais direitos laborais
A economia e o trabalho assistiram a grandes transformações. Em cinco décadas, a democracia trouxe aos trabalhadores novos direitos: o salário mínimo nacional, os subsídios de Natal e de férias ou o direito à greve.
A entrada da mulher no mercado de trabalho é um marco decisivo do caminho democrático: em 1970, apenas 25% das mulheres com 15 ou mais anos trabalhavam. Em 2021, esse valor é de 46%.
Destaca-se ainda a profunda alteração na distribuição dos trabalhadores pelos grandes setores económicos. Em 50 anos, diminuiu consideravelmente o peso da mão-de-obra na agricultura e pescas (setor primário), decresceu também a indústria (setor secundário) e, em contrapartida, cresceu o emprego nos serviços e o trabalho terciarizou-se, fazendo de Portugal um país de serviços.
Estes e outros dados estão disponíveis no Press Release da Pordata sobre os 50 anos de Democracia, que a Fundação disponibiliza aqui.