Política e ética: a virtude ainda é o que era?
Será que a política perdeu a virtude? A política e a ética andam de mãos dadas ou de costas voltadas?
Para Aristóteles, a política visava fazer cidadãos virtuosos. Já Maquiavel defendeu que, na ação política, a virtude é a capacidade de atingir a glória e, sobretudo, ‘mantenere lo stato’. Nesta conversa, João Pereira Coutinho explora a relação entre ética e política ao longo da história, da teoria política da Grécia Antiga ao esforço renascentista em recuperar a noção de 'virtude', para salvar a cristandade.
A discussão passa também pela influência americana: para os Pais Fundadores, um regime político não deve depender da virtude dos homens, mas de uma arquitetura constitucional sólida porque, como dizia James Madison, «se os homens fossem anjos, não era necessário nenhum governo».
A dupla foca-se ainda em questões atuais: em política, podem existir 'virtudes públicas e vícios privados'? Até que ponto o populismo recorre a moralismos pouco éticos? Somos hoje capazes de debater ideias ou preferimos julgar o caráter dos políticos? E será verdade que a corrupção e a falta de ética são toleradas pelos cidadãos quando os políticos 'roubam, mas fazem'?
Porque estar informado é uma virtude, não perca este episódio do [IN]Pertinente.
ARISTÓTELES, «Ética a Nicómaco» (Quetzal)
CÍCERO, «Dos Deveres» (Ed. 70)
HAMILTON, Alexander, James Madison e John Jay, «O Federalista» (Gulbenkian)
HANKINS, James, «Virtue Politics - Soulcraft and Statecraft in Renaissance Italy» (Belknap Press)
MAQUIAVEL, «O Príncipe» (Presença)
ROBESPIERRE, Maximilien, «Virtude e Terror» (BookBuilders)

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