Cronologias

O PS convoca dois comícios para o fim-de-semana, em Lisboa e no Porto. O PCP e a Intersindical apelam à «vigilância popular».

É publicado o Decreto-Lei n.º 377/75, que define as condições do apoio nacional ao Comando da Área Ibero-Atlântica (Comiberlant) da NATO.

Comício do PS no Estádio das Antas. Seguindo os apelos do PCP e da Intersindical, são erguidas barricadas para controlar os acessos ao estádio. Simpatizantes do PS, por sua vez, queimaram barracas de propaganda do PCP e do MDP/CDE na Praça da Liberdade e na Praça Carlos Alberto.

Correm boatos de uma «marcha sobre Lisboa» por causa da manifestação do PS, com exortações do PCP e da Intersindical à «vigilância popular». Um comunicado do COPCON desmente o perigo de marcha sobre a capital e ordena a remoção das barricadas.

Realiza-se um comício do PS junto à Fonte Luminosa, na Alameda D. Afonso Henriques, um dos maior espaços públicos de Lisboa. A manifestação concentra, segundo as estimativas, mais de 100 mil pessoas. Discursa um grupo de oradores ligados ao PS. Mário Soares exige a demissão de Vasco Gonçalves e ameaça que o «PS pode paralisar o país». Os oradores atacam ainda o PCP e os sindicatos acusando-os de ter tentado condicionar a organzação deste protesto. Em Aveiro, o ataque a um centro de trabalho do PCP provocou a morte a tiro de um soldado que fazia a proteção do edifício.

A 5.ª Divisão do Estado-maior General das Forças Armadas divulga vigorosas críticas ao PS pela sua posição face a Vasco Gonçalves, iniciando-se uma campanha em apoio deste, com um cartaz de João Abel Manta e a canção Força, força companheiro Vasco, de Maria do Amparo e de Carlos Alberto Moniz.

Realiza-se em Viseu uma manifestação de apoio ao episcopado. A 27 de julho ocorre uma manifestação semelhante na cidade de Bragança. A 3 de agosto será a vez de cidadãos de Coimbra se manifestarem em apoio ao episcopado.

A Presidência da República emite um comunicado sobre a formação do V Governo Provisório. A 22 de julho, Vasco Gonçalves inicia contatos para a formação deste novo executivo. Os dirigentes do PS recusam os convites que lhes são endereçados.

A comissão de trabalhadores da Fundação Ricardo Espírito Santo pede a nacionalização da instituição, invocando a necessidade de salvaguarda do património nacional.