08
Julho
1975
A Assembleia do MFA aprova o «Documento-Guia da Aliança Povo-MFA», um dos mais radicais de todo o período revolucionário, da iniciativa dos gonçalvistas. A aliança entre o povo e o MFA devia assentar numa organização popular do poder, a partir de baixo, formada por assembleias municipais, comissões de trabalhadores e comissões de moradores que, por sua vez, dariam origem a assembleias distritais, produzindo estas uma Assembleia Popular Nacional. Paralelamente, as instituições do poder militar deviam organizar-se em assembleias de oficiais, sargentos e praças, começando pelas de unidade, passando pelas de região e culminando na Assembleia do MFA. Todas estas assembleias militares deveriam colaborar com as assembleias populares de nível correspondente, designadamente para vigiarem a ação do Governo e da administração pública. A Aliança Povo-MFA seria encabeçada pelo Conselho da Revolução, «órgão supremo da soberania nacional». Torna-se evidente uma deriva revolucionária extremista da qual o próprio PCP sente, por vezes, necessidade de se distanciar.