Cronologias

Realizam-se, em Lisboa, uma manifestação de católicos e uma contra-manifestação de extrema-esquerda, promovida pela UDP, frente ao patriarcado, por causa da ocupação da Rádio Renascença. Perante a iminência de confrontos o patriarcado abre as portas e acolhe os manifestantes católicos, que ficarão cercados até à chegada de forças do COPCON. As concentrações resultaram em incidentes graves e originaram 38 feridos. O PS, através de Mário Sottomayor Cardia, apoia a Igreja Católica. No dia seguinte, o COPCON emite um comunicado a justificar a sua atuação, que foi acompanhado por comunicados do patriarcado e do episcopado sobre a Rádio Renascença. A 20 de junho, vários partidos tomam posição sobre os incidentes. (Ver secção sociedade).

O Decreto-Lei n.º 296/75 extingue o Grémio Nacional dos Bancos e Casas Bancárias, passando de imediato à sua liquidação.

O Conselho da Revolução aprova o Plano de ação Política, um documento onde se espelhavam ideias do chamado «Grupo dos Nove» e de Otelo Saraiva de Carvalho. O MFA é apresentado como um «movimento de libertação do povo português», reafirma-se a construção de uma sociedade socialista sem classes, mas aponta-se uma «via pluralista» para essa construção. O PCP distancia-se deste documento.

O Decreto-Lei n.º 301/75 extingue a Inspecção-Geral de Créditos e Seguros.

O Decreto-Lei n.º 306/75 extingue o Grémio dos Seguradores, passando de imediato à sua liquidação.

Criação, por despacho, de uma comissão de coordenação das negociações no domínio económico e financeiro com os novos Estados resultantes das antigas colónias portuguesas.

O Decreto-Lei n.º 308-A/75 estabelece normas sobre a conservação da nacionalidade portuguesa pelos portugueses domiciliados em território ultramarino tornado independente.

Cerimónias em Lourenço Marques/Maputo de celebração da independência de Moçambique, com Vasco Lourenço a chefiar a delegação portuguesa.

Em resposta aos pedidos de demissão da primeira-ministra Indira Gandhi, o Governo indiano prende 676 opositores políticos. O Presidente da Índia, por sugestão de Gandhi, declara o estado de emergência, suspendendo direitos civis e eleições até 18 de janeiro de 1977.