Cronologias

Em Lisboa e Porto, realizam-se manifestações promovidas por moradores de bairros de lata sob o slogan «Casas sim, barracas não».

Realiza-se uma assembleia do MFA no Alfeite. Mário Murteira, ministro da Coordenação Económica, expõe a situação económica do país aos militares.

Crise no jornal República e tentativa de afastamento do seu director Raúl Rêgo. O PS reage violentamente às acusações de o jornal ser o seu órgão oficioso. Mário Soares e outros dirigentes do PS manifestam-se frente ao jornal, acusando o PCP de estar por detrás deste processo. As instalações do República serão seladas por soldados do COPCON por ordem do ministro da Comunicação Social, comandante Correia Jesuíno. Os ministros do PS abandonam temporariamente o Governo e o partido convoca uma manifestação pela «liberdade de expressão». Depois das nacionalizações a maior parte da imprensa ficou integrada no setor empresarial do Estado. Apenas o Primeiro de janeiro (Porto) e o República ainda pertenciam ao setor privado.

Em Angola, o alastrar dos conflitos entre o MPLA e a FNLA em Nova Lisboa, leva o Conselho da Revolução a declarar a sua neutralidade no processo político angolano.

O Decreto-Lei n.º 251/75 regulamenta a concessão de crédito agrícola de emergência a pequenos e médios agricultores.

O Decreto-Lei n.º 250/75 cria o Serviço Director e Coordenador de Informação (SDCI), na dependência do Conselho da Revolução.

Realizam-se manobras militares da NATO na região de Lisboa. Surgem protestos e manifestações de partidos e movimentos de esquerda.

Em Bragança é atacada a sede do MDP/CDE, por um grupo desconhecido que deixa no local inscrições do ELP. É o primeiro ato violento deste grupo terrorista contra alvos de esquerda. Segundo uma contabilização feita pelo PCP entre 26 de maio e 30 de novembro de 1975 foram realizadas 292 ações violentas contra partidos políticos. Destas 105 foram contra o PCP, 41 contra o MDP/CDE, 21 contra órgãos de informação ou de cultura, 23 contra outros partidos de esquerda, 17 contra alvos militares, 14 contra sindicatos, 8 contra instituições ligadas à reforma agrária, 5 contra o PS e 58 contra diversos. Não existe uma contabilidade feita pelos partidos moderados ou de direita.

O Decreto-Lei n.º 261/75 altera vários artigos do Código Civil relativos ao divórcio, após o novo acordo com a Santa Sé, legalizando o divórcio para os casados pela Igreja Católica.