Cronologias

É preso o vigário-geral da arquidiocese de Luanda, monsenhor Manuel Mendes das Neves, acusado de conivência com o terrorismo. Mendes das Neves é deportado para Portugal, onde morrerá a 11 de dezembro de 1966, em Soutelo (Braga). Na mesma leva é também detido em Luanda e exilado em Portugal o padre Alexandre do Nascimento, futuro bispo de Malanje (1975), arcebispo do Lubango (1977), cardeal (1983) e arcebispo de Luanda (1986).

É autorizada a comemoração do Dia do Estudante, ainda que sob vigilância policial. Dois dias antes, realizara-se em Coimbra um encontro nacional com o objectivo de criar uma União Nacional de Estudantes. A comemoração do Dia do Estudante será a última realizada durante o Estado Novo.

Admissão oficial de Portugal no FMI, com uma quota de 1029,7 milhões de Direitos de Saques Especiais.

Realiza-se, frente à Embaixada dos EUA, uma «manifestação patriótica do povo de Lisboa», com o apoio das autoridades do Estado Novo. A manifestação de 15 000 a 20 000 pessoas repudiava a nova política americana relativa às colónias e as resoluções da ONU, protestando também contra os violentos acontecimentos em Angola.

Júlio Botelho Moniz, ministro da Defesa, envia a Salazar uma carta propondo uma renovação política do regime para fazer face ao novo quadro internacional.

Portugal ingressa oficialmente no BIRD.

Álvaro Cunhal é eleito secretário-geral do PCP em reunião clandestina do comité central. São feitas críticas ao «desvio de direita» e defendida uma linha política de «aliança operária-camponesa e com os povos das colónias».

Exposição retrospectiva do pintor Júlio Resende, promovida pelo SNI, em Lisboa.

Jorge de Sena publica O Poeta É Um Fingidor (Lisboa: Ática).