Prolonga-se a revolta dos produtores de algodão na Baixa do Cassanje (Malanje, Angola), em luta por melhores salários e contra a obrigatoriedade de cultivar os produtos impostos pela administração colonial e por grandes companhias, em detrimento da agricultura tradicional. Alguns autores realçam as ligações entre esta revolta e o posicionamento do PSA (Parti Solidaire African), que operava do Congo Belga, procurando assim uma ação conjunta entre os maholos do Congo Belga e os de Angola. A resistência era sobretudo contra as duas empresas que detinham o monopólio da produção de algodão – a Companhia Geral dos Algodões de Angola (Cotonang) e a Lagos & Irmão – e que desde 1947 tinham imposto um sistema iníquo. A repressão foi violenta e incluiu o bombardeamento de 17 aldeias revoltosas, havendo autores que referem o uso de napalme pelas forças armadas portuguesas. O número de vítimas nunca foi contabilizado. As estimativas oscilam entre algumas centenas e 10 000 mortos. O historiador norte-americano John P. Cann refere 243 mortos entre os revoltosos.