Cronologias

Comunicado do MDP/CDE a sublinhar que o derrube do regime é «um primeiro passo para a resolução dos problemas do país, numa perspectiva efectivamente popular».

É divulgado o programa do MFA, tendo como linhas de força democratizar, descolonizar e desenvolver. Em termos institucionais o país ficaria governado por um Presidente da República, designado pela Junta da Salvação Nacional, e por um Governo provisório, ambos auxiliados por um Conselho de Estado, composto por militares e civis. As eleições para a Assembleia Constituinte deveriam ser realizadas no prazo de um ano. Só depois de elaborada a Constituição seria eleito um Presidente da República e um Parlamento. As primeiras eleições autárquicas livres seriam realizadas no fim de todo este processo. O Programa do MFA funcionará, nestes primeiros dois anos, como uma espécie de «carta constitucional».

A Junta de Salvação Nacional reconhece que a solução das guerras coloniais é política e não militar.

Américo Tomás, Marcelo Caetano, Joaquim da Silva Cunha e César Moreira Baptista chegam ao Funchal, ficando em residência vigiada.

Em Lisboa, uma manifestação popular destrói as instalações do diário Época, órgão oficial da ANP.

O PS anuncia, em Paris, o seu apoio à JSN, solicitando o início imediato de negociações com os movimentos de libertação na «base do princípio do direito dos povos africanos à autodeterminação e independência».

Ramiro Valadão, presidente do conselho de administração da RTP, abandona o lugar. Tinha sido nomeado por Marcelo Caetano em 1969. A RTP passa por meses de transição. A 2 de maio a JSN nomeia uma comissão administrativa composta por oficiais dos três ramos das Forças Armadas. A 25 de maio esta comissão é substituída por um conselho de administração composto por dois civis, Manuel Belo e António de Sousa Gomes. A 7 de agosto Manuel Belo é substituído por um militar, o coronel Casimiro Gomes. Até 1976 seguir-se-ão vários presidentes todos militares. no que diz respeito à programação, a 3 de maio tinham sido nomeados interinamente quatro directores-gerais (Álvaro Guerra, Artur Ramos, Manuel Ferreira e Manuel Jorge Veloso), de modo a assegurar o normal funcionamento da estação.

O Decreto-Lei n.º 174/74 cria o cargo de delegado da Junta de Salvação Nacional junto de cada ministério até à nomeação de um Governo provisório civil e determina a competência dos titulares de departamentos militares até à nomeação de novos titulares pelos respetivos chefes do estado-maior.

O Decreto-Lei n.º 175/74 institui o dia 1.º de maio, Dia do Trabalhador, como feriado nacional obrigatório.