Cronologias

Marcelo Caetano é recebido em audiência pelo ministro da Educação, que lhe reitera a confiança do Governo. Caetano aceita permanecer como reitor, insistindo porém na necessidade de o ministro o manter «ao corrente da orientação da sua política em geral», para que «nela pudesse colaborar com consciência e com autoridade». O Dia do Estudante fica marcado para 7 e 8 de abril.

Urbano Tavares Rodrigues publica Exílio Perturbado (Lisboa: Livraria Bertrand).

David Mourão-Ferreira publica In Memoriam Memoriae (Lisboa: Editorial Minotauro).

Sophia de Mello Breyner Andresen publica Livro Sexto (Lisboa: Moraes Editora).

Greve dos trabalhadores rurais no Alentejo e Ribatejo. Coordenada pela estrutura clandestina do PCP, é exigida a jornada de oito horas de trabalho diário já praticada no comércio e na indústria. Participaram dezenas de milhares de trabalhadores, tendo sido detidos pela PIDE e GNR largas centenas de pessoas.

O Decreto n.º 44 267 aprova o Regulamento do Imposto para a Defesa e Valorização do Ultramar, criado pelo Artigo 8.º da Lei n.º 2111, de dezembro de 1961.

Formação, em Léopoldville (Kinshasa), do Governo Revolucionário de Angola no Exílio (GRAE), órgão da FNLA, dirigido por Holden Roberto. Em 1963 conseguirá, durante alguns anos, o reconhecimento por parte da Organização de Unidade Africana (OUA) e de países africanos independentes.

Na sequência da orientação recebida de António de Oliveira Salazar no Conselho de Ministros da véspera, o ministro da Educação Lopes de Almeida proíbe novamente as comemorações do Dia do Estudante, invocando a não participação pelos estudantes «aos reitores de duas cidades universitárias» (Coimbra e Porto) do respetivo programa. O ministro alega que as suas palavras de 27 de março foram deturpadas pelos estudantes, porque «só as autoridades académicas poderiam pronunciar-se sobre a conveniência» das comemorações.

Tendo previamente aprovado o programa proposto pelos estudantes da Universidade de Lisboa, Marcelo Caetano demite-se «irrevogavelmente» de reitor, numa carta ao ministro em que sustenta ter sido desprestigiado nas suas funções reitorais pela nova decisão do governo, de que só teve informação pelos jornais, e desacreditado como educador junto dos estudantes. Da carta envia cópia a Salazar, com um cartão em que diz cortar «os últimos laços com a vida pública». A carta de demissão é posteriormente policopiada e divulgada clandestinamente.