Hans Rosling, as palavras sobre um grande homem que gostava sobretudo das pessoas e da vida
Médico, humanista e estatístico, Hans Rosling foi o grande porta-voz dos números sobre as sociedades em que vivemos. Morreu dia 7 de Fevereiro, com 68 anos de idade.
A Fundação Francisco Manuel dos Santos teve o enorme privilégio de o contar entre os seus amigos. Aquando do quinto aniversário da Pordata, em 2015, Hans Rosling fez questão de estar presente, excepcionalmente a título gratuito por reconhecer o serviço público prestado pela fundação, e palestrar na sessão solene, na presença de personalidades internacionais que também quiseram estar presentes para o ouvir, como o Director-Geral do Eurostat.
Afirmou que os projectos Gapminder e Pordata eram primos, pois descendiam de uma mesma preocupação: contribuir para uma sociedade mais interessada nos números e nas estatísticas e, por isso, mais esclarecida. Disse ainda, nessa altura, que o que lhe interessava era a vida e as pessoas e que as estatísticas eram a única forma possível de as conhecer… “pois olhar pelo buraco da fechadura da casa ou da intimidade de cada um, é crime”.
Brilhante, de prestígio mundial inquestionável, era, porém, um homem simples, que vivia em função do seu sonho de contribuir para um mundo melhor através das suas enormes capacidades, de médico – por exemplo em Moçambique, onde viveu – e de analista e comunicador de dados estatísticos, actividade que o tornou célebre em todo o lado, nomeadamente por via dos seus célebres gráficos dinâmicos da Fundação Gapminder, que dirigia.
Mais do que o cientista, a FFMS gostaria que se recordasse para sempre o homem, a sua figura desconcertante e feliz, a sua simpatia e gentileza, o seu humor, o seu português tão divertido e, acima de tudo, a sua mensagem sorridente – mostrando o mundo a partir dos factos – de contribuição abnegada para o bem da Humanidade.
O acordo ortográfico utilizado neste artigo foi definido pelo autor.
