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Duas pessoas a trabalhar num escritório. Crédito: Canva

Cinco factos sobre o trabalho em Portugal

No Dia do Trabalhador, a Pordata traça um retrato do emprego em Portugal. São 5,1 milhões a trabalhar no país, estão mais escolarizados, com um em cada quatro a integrar o grupo profissional dos especialistas em atividades intelectuais e científicas. A taxa de emprego subiu, mas os salários continuam na cauda da Europa.
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  • Quase 8 em cada 10 estão empregados

Há 5,1 milhões de trabalhadores em Portugal. Isso significa que 78,5% das pessoas entre os 20 e os 64 anos está a trabalhar. É a taxa de emprego mais elevada dos últimos 15 anos, tendo aumentado 11 pontos percentuais (p.p.) desde 2009. 

O país é o 12º estado-membro (UE a 27) com maior proporção de pessoas ativas no mercado de trabalho. Na liderança da tabela, estão os Países Baixos, onde a taxa de emprego é de 83,5%, tendo contudo uma muito maior percentagem de emprego a tempo parcial (43% face a 8% em Portugal). Os países com menor taxa de emprego são a Roménia (69,5%), Grécia (69,3%) e Itália (67,1%).

  • Trabalhadores com ensino superior já são mais de um terço dos empregados

São já 34% os trabalhadores no país com pelo menos o ensino superior, ultrapassando assim os 32% que completaram o ensino secundário. Em 10 anos, mais 700 mil trabalhadores com o ensino superior chegaram ao mercado de emprego, o que representa um crescimento de 61,8% desde 2014 (e o peso relativo do ensino superior no total dos níveis de ensino dos trabalhadores nesse ano era de 25%).

Essa realidade reflete-se também no contributo do grupo profissional dos Especialistas das atividades intelectuais e científicas para o emprego total. São, atualmente, 1 em cada 4 trabalhadores, mais 422 mil que há 10 anos.

 

  • Patrões menos qualificados do que os seus trabalhadores

As qualificações dos empregadores são, também, fundamentais para o funcionamento do mercado de trabalho. Mas no país, apenas 28% dos empregadores completaram o ensino superior, enquanto 35% dos trabalhadores por conta de outrem têm este nível de ensino.

Portugal era mesmo o estado-membro com a maior proporção de empregadores sem escolaridade ou com o ensino básico no total dos empregadores, entre os 23 países da União Europeia com dados disponíveis para 2024. (ver quadro abaixo)

  •  1/4 dos trabalhadores no país ganha o salário mínimo

O salário mínimo em Portugal, quando considerado em paridades de poder de compra (PPC) é o 10º mais baixo dos 22 países da união europeia com salário mínimo, já neste ano de 2025. Em duas décadas, Portugal foi ultrapassado pela Polónia, Lituânia e Roménia.

Segundo os últimos dados disponíveis, quase 1 em cada 4 trabalhadores em Portugal (22,8%) tinham um salário base equivalente ao Salário Mínimo Nacional (SMN), em 2022.

Nesse ano, a proporção de trabalhadores a receber o SMN era mais elevada entre as mulheres (27,1%), os jovens (36,1%), aqueles com escolaridade até ao ensino básico (32,9%) e os trabalhadores de nacionalidade estrangeira (38,0%).

Já o salário médio anual bruto por trabalhador é, em Portugal, o 9º mais baixo dos países da UE. Atrás de Portugal estão os países de Leste, a Croácia e Grécia. O salário médio bruto espanhol é 30% mais elevado

A esmagadora maioria das empresas em Portugal (96%) têm menos de 10 trabalhadores. Contudo representavam apenas 44% do pessoal ao serviço, em 2023.

Entre 2021 e 2023, houve um aumento do pessoal ao serviço nas empresas, muito especialmente nas de maior dimensão, com crescimentos de 14%.

As grandes empresas, com 250 ou mais trabalhadores, empregam mais de um milhão de trabalhadores.

 

Estes dados integram o Press Release com que a Pordata assinala o Dia do Trabalhador. Consulte-o aqui.

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Portuguese, Portugal