33 das conclusões do estudo «Benefícios do Ensino Superior»
Quem tem um curso superior tende a ter salários mais altos, contratos de trabalho mais estáveis e está menos sujeito ao risco de desemprego. Conheça as principais conclusões desta investigação sobre os «Benefícios do Ensino Superior».
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Porque é que estudar compensa? Fique a par das principais conclusões do estudo «Benefícios do Ensino Superior».
Sabia que...?
- Em 2000, com menos de oito anos de escolaridade média, Portugal tinha uma escolaridade semelhante à da Alemanha de 1930 ou da Roménia de 1970.
- A partir dos anos de 1940, mas sobretudo nas últimas três décadas, houve uma multiplicação por cerca de vinte do número de matriculados e de diplomados do ensino superior em Portugal.
- O número de alunos matriculados em cursos de mestrado aumentou cerca de quatro vezes e meia desde 2006, ano de início da implementação do Processo de Bolonha.
- Desde os anos de 1980 que as mulheres constituem 55% ou mais dos alunos matriculados no ensino superior.
- Continuam a existir diferenças muito marcadas entre homens e mulheres nas escolhas das áreas de especialização, com muito mais homens nas áreas CTEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e muito mais mulheres na Saúde e Proteção Social.
- A percentagem de mestres a trabalhar no sector privado é maior entre os homens.
- Os diplomados do ensino superior estão menos vezes em situação de desemprego, têm empregos menos precários e auferem salários mais elevados do que o resto da população.
- A probabilidade de um diplomado do ensino superior ficar desempregado, estando empregado no ano anterior, é inferior em um quinto face à de um diplomado com o ensino secundário, diferença que aumentou durante a crise.
- Na transição da escola para o mercado de trabalho, a probabilidade de um diplomado do ensino superior estar empregado no ano seguinte à conclusão do seu curso é superior em cinco pontos percentuais relativamente à de um indivíduo que tenha concluído o ensino secundário e que tenha deixado de estudar.
- A probabilidade de um finalista do ensino superior, num dado ano, desistir de procurar um emprego ou de continuar a estudar é inferior em um terço relativamente a um finalista do ensino secundário.
- Um mestre nos primeiros dez anos de experiência tem um salário/hora superior em 80% ao de um finalista do ensino secundário. E para um licenciado essa diferença é cerca de 50%.
- Existem menos de 6000 doutorados a trabalhar no sector privado mas o seu salário/hora é mais do dobro do de alguém que apenas concluiu o ensino secundário.
- Os mestres e os doutorados sofreram menores perdas salariais durante os anos de crise.
- Os mestres com contratos permanentes viram o seu prémio salarial aumentar significativamente durante o período de crise.
- A proporção de recém-diplomados com contratos permanentes caiu acentuadamente desde 2010.
- Continua a existir um hiato salarial entre homens e mulheres com formação superior, que, desde 2010, se observa sobretudo entre os pós-graduados.
- A desvantagem salarial média das mulheres que recentemente completaram um curso de mestrado ou doutoramento aumentou face aos homens nessa situação.
- Os salários dos diplomados de primeiro, segundo e terceiro ciclos caíram mais rapidamente nas regiões Norte e Centro do país, assim como nas Regiões Autónomas.
- Uma maior percentagem de diplomados do ensino superior ao nível do concelho ou da empresa tem impacto positivo nos salários dos restantes trabalhadores.
- Uma parte muito significativa dos diplomados do ensino superior trabalha em profissões que não existiam no passado ou que, existindo, não empregavam diplomados.
- Os empregos mais feminizados tendem a empregar menos diplomados de segundo e terceiro ciclos.
- A tecnologia pode complementar as funções de alguns diplomados, aumentando a procura pelas suas qualificações, mas pode igualmente ajudar a substituir muitos outros.
- Os diplomados do ensino superior têm mais autonomia e capacidade de influência na gestão nas organizações em que trabalham.
- Os diplomados do ensino superior reportam altos níveis de satisfação com os seus empregos. E o aspecto em que o nível de satisfação é menor é relativamente à possibilidade de conciliar vida pessoal e profissional.
- A importância atribuída a aspectos de conciliação entre vida profissional e familiar continua a ser muito diferente para homens e mulheres, mesmo entre os diplomados do ensino superior.
- Os diplomados do ensino superior estão mais satisfeitos com a sua vida e veem-se menos limitados por problemas de saúde do que o resto da população.
- Os diplomados do ensino superior manifestam uma maior percepção de segurança quanto à possibilidade de serem vítimas de um crime.
- Os diplomados do ensino superior são mais participativos nos processos eleitorais e têm maior capacidade para interpretar fenómenos políticos.
- Os diplomados do ensino superior encaram de forma mais positiva a homossexualidade.
- Os diplomados do ensino superior confiam mais nos outros.
- Do efeito positivo da educação superior no bem-estar do indivíduo, apenas metade resulta de um impacto positivo no rendimento. E a outra metade deste efeito faz-se sentir através de uma maior confiança interpessoal, um maior sentimento de segurança e uma melhor percepção do seu estado de saúde.
- Os diplomados do ensino superior reportam um maior nível de satisfação com a democracia portuguesa e maior confiança nas suas instituições.
- Os benefícios do ensino superior são multidimensionais, são de consumo e de investimento, são individuais e colectivos.
O acordo ortográfico utilizado neste artigo foi definido pelo autor.