A evolução da ciência em Portugal
A avaliação da ciência é uma necessidade dos decisores de políticas científicas. Contudo, o conceito de justificar o investimento em ciência com base nos benefícios que desta podem resultar é controverso na comunidade científica e entre os decisores políticos. Em Portugal, o tema da avaliação científica tem sido analisado e discutido múltiplas vezes à medida que vai mudando a supervisão governamental da principal entidade financiadora, atualmente a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Diferentes políticas têm vindo a ser implementadas com o objetivo de desenvolver a capacidade científica em Portugal, e periodicamente têm sido realizadas avaliações internacionais a unidades de investigação e desenvolvimento (I&D).
Este estudo visa complementar o estado atual do conhecimento da ciência em Portugal com uma análise que metodologias independentes das instituições científicas e políticas, possíveis de obter de forma replicável e contínua no espaço e no tempo. Espera se assim com este trabalho contribuir com informação independente sobre as trajetórias da ciência em Portugal, abordando em simultâneo um conjunto de aspetos determinantes na compreensão da ciência feita em Portugal:
- evolução cronológica do sistema científico em Portugal, sob a influência de várias políticas científicas
- os inputs (ex.: recursos humanos, financiamentos) necessários à produção de ciência
- os outputs (ex.: publicações, patentes) dela resultantes
- a mobilidade dos recursos humanos em ciência.
Com este estudo, a Fundação Francisco Manuel dos Santos, a Fundação Oceano Azul e o Oceanário de Lisboa pretendem informar a sociedade sobre o estado atual da ciência em Portugal, comparativamente com países de referência do espaço europeu, e sobre as diferenças existentes entre regiões de Portugal e entre as principais instituições de ensino superior. Desta forma, esperam contribuir para o debate sobre a orientação das políticas científicas em Portugal.