O Ministério Público inicia a Operação Furacão, realizando buscas a várias entidades bancárias (BES, BCP, BPN e Finibanco). Esta ação investiga indícios de prática de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, envolvendo empresas e cidadãos portugueses, com frequência através da utilização de paraísos fiscais (offshore) e de outros mecanismos de fuga aos impostos. Em 2015, dez anos após o início da investigação, a Operação Furacão contabilizará 149 inquéritos instaurados, 759 arguidos constituídos e mais de 141 milhões de euros recuperados. Este montante não inclui as quantias pagas pelos arguidos na sequência de inspecções realizadas pela Autoridade Tributária que tiveram origem em comunicações do Departamento Central de Investigação e ação Penal (DCIAP), o departamento do MP que investiga a criminalidade económico-financeira organizada mais complexa e sofisticada. Só entre 2012 e 2013, houve pagamentos para regularizar dívidas no montante de 24,3 milhões de euros. Segundo as autoridades, estes montantes correspondem ao encerramento de «90 processos autónomos, que abrangem mais de 300 arguidos». Apesar do número de arguidos, em 2013 houve apenas uma acusação, envolvendo 30 pessoas, isto porque a maioria dos processos terminou com o pagamento das dívidas. O primeiro processo a chegar a julgamento resultante da Operação Furação terá início a 19 de janeiro de 2016, num caso que envolverá 12 arguidos, incluindo consultores, advogados e empresas.