Economia

Visita do conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, a Lisboa. Antevê-se que a eléctrica chinesa Three Gorges planeie lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP, isto apesar de o Estado chinês já dispor de 28,25% desta empresa portuguesa. Afirma-se que a compra da eléctrica portuguesa está há meses a ser negociada com o Governo. Fala-se da vinda do Presidente Xi Jiping a Lisboa para esse efeito, o que ocorrerá a 4 de dezembro de 2018. Os fundos norte-americanos com participações nesta empresa prometem também entrar na corrida, o que faz subir a cotação da EDP.

Visita a Lisboa de uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) para avaliar a situação económica portuguesa no seguimento do resgate financeiro concedido por esta organização mundial.

Os mais recentes dados do Eurostat revelam que, entre 2000 e 2016, Portugal recebeu 44 mil milhões de euros por parte dos três principais fundos europeus de coesão económica, i.e., cerca de 7 milhões de euros por dia. Apesar disso, Portugal empobreceu face à média europeia, nomeadamente em termos do PIB per capita em paridade de poder de compra da UE. À exceção dos Açores, todas as regiões pioraram.*

A ENI e a Galp aludem à possibilidade de o seu consórcio para a exploração de petróleo na costa vicentina poder vir a representar 11 a 17 anos do consumo nacional, contribuindo assim positivamente para a balança comercial e garantindo ao Estado 4 mil milhões de euros em royalties. Trata-se de uma campanha mediática para tentar obstaculizar o movimento ambientalista que procura interpor providências cautelares que impeçam as prospecções ao largo de Aljezur. O referido consórcio acaba por desistir deste projeto de prospecção de petróleo a 29 de outubro de 2018.

São apresentadas na Assembleia da República três propostas de resolução para travar e condicionar a entrada da Santa Casa da Misericórdia no capital do banco Montepio. Edmundo Martinho, Provedor da Santa Casa de Lisboa, anuncia no mês seguinte que a referida entidade entrará futuramente com um capital residual e simbólico na dita instituição bancária, na ordem das dezenas de milhares de euros.

O Programa de Estabilidade (PE) 2018-2022 do XXI Governo Constitucional, que assume a continuidade da estratégia de política económica e orçamental definida no Programa do Governo e da orientação reformista estabelecida no Programa Nacional de Reformas (PNR), prevê um défice de 0,3% face ao PIB, a que corresponde um défice real de 0,7%, em virtude das medidas one-off tomadas por força das transferências a realizar para o Novo Banco, no âmbito do acordo estabelecido com o fundo norte-americano Lone Star, em 2017. PSD e CDS votam contra este PE na Assembleia da República, pese embora as boas notícias referentes ao défice.

A Santa Casa e as Misericórdias entram finalmente no capital do Montepio, o qual é avaliado em 2,4 mil milhões de euros, bem acima dos 1,8 mil milhões de euros da avaliação feita pela Associação Mutualista do Montepio Geral.

O Finantial Times anuncia que a tecnológica portuguesa Farfetch, sediada em Londres, atingiu o valor de 4,5 mil milhões de euros, preparando-se assim para entrar no mercado de capitais. Trata-se de uma aplicação que gere a distribuição porta-a-porta de produtos de moda de marcas luxuosas.

A estratégia e o fraseado do comunicado da reunião do Banco Central Europeu (BCE) funcionam como importantes instrumentos de valorização do euro, de prosseguimento do quantitative easing e de baixa continuada dos juros das dívidas europeias. O Presidente do BCE, Mario Draghi, vê mais uma vez a sua posição e imagem reforçadas. Portugal vem a lucrar bastante com esta descida dos juros das yields.

A empresária angolana Isabel dos Santos anuncia a sua viragem para os investimentos detidos em Portugal na Galp, na NOS, no BIB Portugal e na Efacec, após o avolumar de problemas com o novo Governo de Angola, que abriu uma investigação à sua intervenção na petrolífera angolana Sonangol e lhe retirou as licenças que detinha de exploração de minas de diamante. Simultaneamente, a nova Lei de Investimento Privado em Angola dispensa os investidores estrangeiros da obrigação de terem sócios angolanos, no que constituía um importante estratagema das elites locais para entrarem no capital das grandes empresas internacionais que investiam no país.