Economia

A primeira fase da privatização da Portugal Telecom é um êxito. A venda de 27,6% do seu capital rendeu ao Estado 150 milhões de contos. Foram transacionadas 51,8 milhões de ações. Entre 1989 e 1995 concretizaram-se 152 operações de privatização com um encaixe global de 1367 milhões de contos, dos quais 791 foram destinados ao Estado. Do total de operações, a maioria, 112, consistiu em operações de alienação de participações sociais por parte de empresas incluídas no setor empresarial do Estado. Apenas 40 foram privatizações directas. No final de 1995, a capitalização bolsista das empresas privatizadas representava cerca de 42% da Bolsa de Valores de Lisboa. Esta privatização fora aprovada pelo Governo a 27 de abril.

A geada e o mau tempo causam graves perdas agrícolas nas Beiras e Trás-os-Montes. Os agricultores exigem a ajuda do Governo.

Em Palmela, é inaugurada a Fábrica Autoeuropa, da Ford-Volkswagen. É o maior investimento estrangeiro industrial de sempre em Portugal e uma das mais modernas unidades de produção de automóveis da Europa, com uma área total próxima dos dois milhões de metros quadrados, incluindo um parque industrial onde se fixaram alguns dos fornecedores mais importantes. Em 2010 tinha 3207 empregados.

Segundo o jornal Expresso, a Renault enviou uma carta ao Governo denunciando o contrato com o Estado português a partir de 31 de dezembro.

O Decreto-Lei n.º 68/95 cria o quadro de reprivatização da Quimigal. A Resolução do Conselho de Ministros n.º 45-A/95 estabelece as condições do concurso público de reprivatização.

O FMI revê as previsões para o crescimento da economia portuguesa. Um máximo de 3,5%, menos meio ponto percentual do que previra no final de 1994.

O ministro das Finanças autoriza o BCP e a Império a lançarem uma OPA sobre 31% do capital da UBP.

«Guerra da palmeta»: a UE aprova a quota para a pesca dos barcos portugueses e espanhóis na Terra Nova. A 16 de abril, Portugal manifesta-se contra o acordo de pesca assinado, neste mesmo dia, entre a União Europeia e o Canadá, que visa encerrar o conflito e que reduz substancialmente a quota portuguesa de palmeta.

A Comissão Europeia permite que o Governo português atribua 50 milhões de contos para viabilizar a TAP.

Os decretos-leis n.os 56/95 e 57/95 definiram o modelo de privatização da Portucel Industrial, SA e de várias outras empresas do grupo. Em finais de junho de 1995, seria realizada uma alienação de 44,275% do capital social da Portucel Industrial (que concentrava as fábricas de Cacia e Setúbal).