Cronologias

O Decreto-Lei n.º 353/73 permite a passagem dos oficiais milicianos – Quadro Especial de Oficiais aos quadros permanentes das armas de Infantaria, Artilharia e Cavalaria, mediante a frequência de um curso intensivo de dois semestres na Academia Militar. Procurava-se, assim, acelerar a formação e as promoções, tendo em vista o aumento do efectivo de oficiais disponíveis para o esforço de guerra. A segmentação e as diferenças criadas nas carreiras e formas de promoção dos oficiais intermédios desencadeariam uma vaga de descontentamento e de pressões políticas e corporativas. setores das Forças Armadas, um dos pilares do Estado Novo desde a década de 1930, começam a distanciar-se das chefias políticas. Aquele decreto será apontado como uma das várias causas que originaram o «Movimento dos Capitães» e, consequentemente, do levantamento militar de 25 de abril de 1974.

Chegada de Marcelo Caetano a Londres. Esta visita oficial iria ocorrer num ambiente de forte contestação. Neste mesmo dia o Financial Times confirma a ocorrência do massacre.

No seguimento do «escândalo Watergate», o ex-funcionário da Casa Branca, Alexander Butterfield informa a Comissão Watergate do Senado que o Presidente Richard Nixon gravou secretamente conversas potencialmente incriminatórias.

A Câmara dos Comuns debate a política africana portuguesa. O Conselho Mundial das Igrejas pede que a ONU realize um inquérito ao massacre de Wiryamu. O jornal Le Monde reitera as acusações às tropas portuguesas a partir do depoimento de missionários espanhóis.

Os governos da Dinamarca e Holanda propõem a realização de um inquérito por um organismo internacional imparcial e pedem aos membros da NATO que não forneçam armas a Lisboa.

Início do II Congresso do PAIGC «em território libertado», elegendo Aristides Pereira como secretário-geral.

Regresso do presidente do Conselho, Marcelo Caetano, a Lisboa após uma atribulada visita oficial a Londres, onde a imprensa britânica denunciou os massacres levados a cabo por tropas portuguesas em Wiryamu, Moçambique.

O secretário-geral da ONU, Kurt Waldheim, apela a Portugal para que negoceie uma solução pacífica para o conflito em Moçambique.

Paulo VI, num discurso aos peregrinos em Castelgandolfo, menciona implicitamente os massacres em Moçambique.