Cronologias

A falta de batata gera grandes filas à porta das mercearias sempre que há distribuição. Procede-se a grandes importações de batata dos EUA.

Apresentação da ópera Arabella, de Richard Strauss, no TNSC, interpretada por Melitta Muszely e Hanna Scholl, entre outros.

Aquilino Ribeiro publica as peças de teatro O Manto de Nossa Senhora e Tombo do Inferno (Lisboa: Livraria Bertrand). Início das comemorações do cinquentenário da sua carreira literária.

O governo da Serra Leoa expulsa os portugueses residentes e proíbe a importação de mercadorias como resposta à política colonial do Estado Novo.

O comité político da FLN da Argélia organiza o Dia de Angola, demonstrando o seu apoio à autodeterminação deste território.

A Niassalândia, conhecida como Malawi de 1964 em diante, adquire autonomia governativa como protectorado britânico.

Uma série de golpes e contragolpes de Estado no Iraque reflectem grandes divisões dentro do Partido Ba’ath, bem como a ingerência dos serviços secretos britânicos e dos EUA nos assuntos internos.

Tem início a III Conferência de Solidariedade Afro-Asiática em Moshi, no Tanganica. Nela tomaram parte 255 delegados de 65 países. Foram votadas várias moções em que se pedia o boicote económico e diplomático a Portugal, a não admissão do Governo português em reuniões internacionais, a assistência material e técnica aos movimentos de libertação das colónias portuguesas, a proibição da utilização do espaço aéreo e de portos e uma estratégia comum no Conselho de Segurança da ONU relativamente a Portugal. A IV Conferência de Solidariedade Afro-Asiática realizar-se-á em Winneba, no Gana, em maio de 1965.

A Assembleia Nacional debate o problema do número crescente de acidentes de viação. A 31 de dezembro de 1961 existiam já, no continente e ilhas adjacentes, 280 338 veículos motorizados e 34 340 motociclos. Nesse mesmo ano tinham sido registados pela Polícia de Viação e Trânsito, apenas no continente, 20 756 acidentes, com 738 mortes no momento do desastre. Segundo o orador, Paulo Cancela de Abreu «a comissão económica europeia da ONU» referia, com exagero, que «Portugal era o país da Europa onde morrem em acidentes de viação maior número de peões e que há uma morte por 200 veículos».