Cronologias

Condenação do padre Mário de Oliveira a um mês de prisão, substituído por multa, e à suspensão dos direitos políticos por três anos, por alegadas atividades contra o regime. Dado ter estado em prisão preventiva, acaba por sair em liberdade. Destituído em 1973, pelo bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, de pároco de Macieira da Lixa, não voltará mais a ser nomeado para uma paróquia.

O Decreto-Lei n.º 54/74 revê os normativos, as atribuições e o funcionamento das comissões corporativas.

Assinatura, entre representantes da Petrosul Petrosul (grupo CUF e SONAP) e do Consórcio Construtor de Parques de Armazenagem, do contrato para a construção dos reservatórios do parque de armazenagem da refinaria de Sines. Os valores envolvidos no contrato são superiores a 200 mil contos.

Na II Conferência Anual da ANP o presidente do Conselho, Marcelo Caetano, profere o discurso «Vencer a hora sombria», em que tenta sintetizar as linhas da política ultramarina da nova chefia do regime autoritário, apontando para uma progressiva federalização sempre sob domínio português.

Manifestação contra a Guerra Colonial na Praça do Chile, em Lisboa. Foi promovida pelo comité Amílcar Cabral, ligado ao MRPP. As poucas centenas de pessoas presentes gritaram palavras de ordem contra a guerra, tendo havido uma carga da polícia de choque.

O ministro da Educação Nacional, José Veiga Simão, ao discursar em Braga na tomada de posse da Comissão Instaladora da Universidade do Minho, anuncia que, em outubro de 1975, estarão a funcionar 11 universidades no país. Este processo será, contudo, bem mais lento.

Marcelo Caetano, após ler Portugal e o Futuro, que estaria à venda no dia seguinte, convoca os generais António de Spínola, autor oficial do livro, e Francisco Costa Gomes, que autorizara a publicação da obra. Reconhece ser-lhe impossível governar «com um corpo de oficiais insubmissos e os chefes militares discordantes», ameaça demitir-se e sugere-lhes que reivindiquem o poder junto do Presidente da República.

Ocorre uma ação de sabotagem no Quartel-General de Bissau, que destruiu o edifício do comando. Causou um ferido e foi reivindicada pela Brigadas Revolucionárias.

O livro de António de Spínola, Portugal e o Futuro, é posto à venda. A obra contesta a política colonial, defende a liberalização do regime, a adesão de Portugal à CEE, o fim da guerra, a «descentralização administrativa e a progressiva autonomia dos estados e províncias ultramarinas», e a constituição de uma federação de Estados parcialmente soberanos. A sua publicação teve um grande impato junto da opinião pública e dos meios políticos.