Reinicia-se a polémica em torno da unicidade sindical, defendida pelo PCP e por parte dos sindicatos. A 3 de janeiro na RTP, o secretário de Estado do Trabalho, Carlos Carvalhas, afeto ao PCP, pronuncia-se a favor deste projeto. A 7 do mesmo mês Francisco Salgado Zenha, ministro da Justiça, publica no Diário de Notícias um artigo intitulado «Unicidade sindical ou medo à liberdade?», que faz subir de tom a polémica entre este dirigente socialista e alguns sindicatos. A 10 de janeiro o PCP emite um comunicado em defesa da unicidade sindical. A 11 de janeiro a Intersindical toma posição contra Salgado Zenha e convoca uma manifestação para dia 14, no Martim Moniz, em Lisboa, tendo sido apoiada pelo PCP, MDP/CDE, MES, UEC, Movimento Democrático das Mulheres (MDM), Movimento da Juventude Trabalhadora (MJT) e FSP. A 13 de janeiro realiza-se uma conferência de imprensa da Intersindical, no mesmo dia em que a imprensa publica cartas de Salgado Zenha a responder àquela central sindical e em que Carlos Carvalhas replica a Salgado Zenha. No dia seguinte o PS reafirma em comunicado a sua oposição à consagração legal da unicidade sindical. Nesse mesmo dia 14 de janeiro, a manifestação organizada pelo PCP e pela Intersindical junta em Lisboa, segundo os organizadores, 300 mil pessoas. Terminaria no Ministério do Trabalho, com um discurso do ministro José Costa Martins. A 14 de janeiro, e em resposta à manifestação pela unicidade sindical, o PS organiza um comício no Pavilhão dos Desportos, onde Salgado Zenha intervém e pronuncia-se contra este projeto.