Cronologias

Realiza-se, no Palácio dos Congressos do Estoril, a conferência anual da ação Nacional Popular. Marcelo Caetano, presidente do Conselho e da comissão central do movimento político de apoio à ditadura, fará um discurso sobre «a política de renovação do espírito da administração, o dever do Governo frente à campanha sistemática contra a família, a sociedade e a defesa contra a subversão e as ameaças de dissolução social».

São julgados sete estudantes da Universidade de Coimbra no Tribunal Plenário Criminal do Porto por atividades subversivas. Tinham sido detidos e torturados pela PIDE/DGS. Um dos estudantes detidos acabará por se suicidar, após uma primeira tentativa feita ainda na prisão de Caxias. No mesmo dia, em Lisboa, António Gervásio, militante do PCP, detido em 1971, é condenado a 12 anos de prisão maior. Já tinha sido preso em 1947 e 1960. Foi igualmente alvo de tortura nas sucessivas detenções.

A Convenção Nacional da ASP aprova o princípio de adesão à Internacional Socialista (IS), endereçando o pedido ao secretariado daquela organização. Tornar-se-á membro de pleno direito a 26 junho, durante o XII Congresso da IS, em Viena.

São criados os Comités Guerra Popular, de inspiração maoísta, que editam um jornal clandestino homónimo marcadamente anti-colonialista e que apelava à deserção. Tratava-se de um grupo ativo sobretudo na área de Lisboa.

O Conselho de Segurança da ONU, reunido em Adis-Abeba, debate questões relativas aos territórios portugueses em África, condenando a posição do Governo de Marcelo Caetano.

Agitação estudantil nas universidades de Lisboa, Coimbra e Porto, seguida do encerramento policial das instalações da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras de Lisboa.

O Clube de Roma, um grupo de reflexão e estudos internacional, publica o relatório The Limits to Growth, um influente estudo acerca do crescimento demográfico e económico face à finitude dos recursos materiais disponíveis no planeta.

Jean-Bédel Bokassa proclama-se Presidente vitalício da República Centro Africana. Ficará conhecido pela sua violência.

O Decreto-Lei n.º 82/72 reorganiza a Polícia Judiciária, no âmbito de um processo de modernização e de reforço da eficiência do aparelho repressivo do período marcelista.