Corrupção

O Tribunal Criminal de Lisboa, chamado a decidir se o banqueiro Ricardo Salgado sofre ou não de Alzheimer, acaba por condená-lo a seis anos de prisão efetiva por apropriação pessoal de € 10,7 milhões no âmbito da Operação Marquês.

Portugal continua a figurar no 33.º lugar no ranking da corrupção divulgado pela Transparency International, com um resultado de 62 em 100.

Buscas na Presidência do Conselho de Ministros (PCM) no âmbito da Operação Teia, a qual envolve ex-autarcas do PS e em que o secretário-geral da PCM é o principal suspeito de um caso envolvendo a eventual corrupção e crimes relativos à contratação pública.

No seguimento de uma investigação da Procuradoria Europeia, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) procede a buscas nos escritórios da Pluris Investments, de Mário Ferreira, suspeito de receber indevidamente fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para adquirir o navio Atlântida, o que parece envolver o PS, gerando forte discussão política no Parlamento. Refere-se também que este empresário já terá recebido mais de € 100 milhões dos fundos do PRR. Em agosto, Mário Ferreira decide prescindir de um empréstimo de € 40 milhões do Banco Português de Fomento.

Detido pela Polícia Judiciária o líder religioso da Comunidade Judaica do Porto (CJP), Daniel Litvak, por ordem do Ministério Público, para averiguar do possível tráfico de influências, corrupção ativa, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e associação criminosa. O caso surge no seguimento de possíveis abusos da lei que permite aos judeus sefarditas pedirem a nacionalidade portuguesa a título de reparação histórica pela perseguição sofrida no século xvi. O processo de nacionalidade em nome do oligarca russo Roman Abramovich deu uma visibilidade maior ao caso e à atuação da CJP neste tipo de processos, em que se certificou a ascendência sefardita de mais 41 mil candidatos (73% do total).

O Ministério Público leva a cabo a Operação Cartão Vermelho sobre o pagamento de luvas nas contratações do Sport Lisboa e Benfica e desvio de dinheiro em 55 negócios que se centravam em empresas de Luís Filipe Vieira, dirigente desportivo do clube que é então detido. O processo de investigação virá a arrastar-se.

O Governo apresenta uma nova «estratégia de combate à corrupção» que altera aspetos sensíveis na investigação dos grandes processos judiciais, pondo fim à concentração de casos nalguns juízes, como Carlos Alexandre e Ivo Rosa.

A Polícia Judiciária investiga indícios de uso do aeródromo de Tires e de outros no território português que, pelas suas fragilidades em termos de fiscalização e segurança, terão servido para o tráfico de droga em jatos de luxo, sobretudo dadas as atividades suspeitas de Sérgio Carvalho — um ex-major da Polícia Militar brasileira que se tornou «barão da droga» e que tem vindo a residir em Portugal.