Nos séculos XIX e XX, o mar revolto obrigou centenas de famílias de pescadores da Praia da Vieira (Leiria) a procurarem alternativas à pesca de arrasto tradicional da costa portuguesa. Estas famílias trocaram o mar pelo rio Tejo, dando início a um dos movimentos migratórios internos mais marcantes da história recente de Portugal: primeiro de modo pendular (o inverno no rio, o verão no mar) e depois fixando-se definitivamente no Ribatejo.
Esta fusão deu origem a uma cultura ribeirinha ímpar, mas muito marginalizada, com características próprias — os barcos, as casas, a gastronomia e a religião.
É este legado que está em debate numa conversa entre o autor de «Avieiros, Hoje», João Francisco Gomes, e João Monteiro Serrano, coordenador do projeto de candidatura da cultura avieira a Património Nacional e da Unesco, numa sessão moderada por Paulo Ferreira.
Novos livros, novos debates. Um encontro de escritores e especialistas que trazem novos olhares sobre grandes temas.