Economia

Jardim Gonçalves confessa o interesse do BCP, aliado a José Manuel de Mello, na compra da totalidade do BPA, através de uma nova OPA. A 12 de janeiro, Eduardo Catroga autoriza a OPA do BCP sobre o BPA. A 19 de janeiro, o Governo confirma a intenção de vender a participação estatal no BPA. A 24 de março de 1995, assistia-se ao maior take-over de sempre da história da Bolsa portuguesa, com o BCP e a Império a adquirirem 98,77% do capital do BPA.

Costa Lima, presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), pronuncia-se contra a dispensa de OPA na compra de 50% do Banco Totta & Açores por António Champalimaud. A 13 de janeiro, o Ministério das Finanças autoriza Champalimaud a comprar 50% do Banco Totta & Açores, mas remete para a CMVM a questão da dispensa da OPA.

O BCP lança o Banco 7, um serviço 24 horas, via telefone, sem quaisquer filiais presenciais. Passaria depois a funcionar essencialmente via Internet. Em 2001 mudará a designação para ativoBank7.

Encerramento das minas de carvão do Pejão, Castelo de Paiva, levando ao desemprego cerca de 400 trabalhadores.

Realiza-se a primeira fase de privatização do Banco de Fomento e Exterior, sendo alienado 19,5% do capital.

Realiza-se a terceira fase de privatização da Seguradora Bonança, com a alienação de 25% do capital.

Em Lisboa realiza-se a ligação do primeiro cliente da TV Cabo Portugal. A empresa arrancou neste ano com o estabelecimento da arquitectura da rede. Os serviços começaram a ser comercializados em larga escala em 1995. O operador TV Cabo – Portugal, uma subsidiária da Portugal Telecom, manteve durante anos uma quota de mercado próxima dos 90%. A penetração da TV Cabo será rápida. No primeiro semestre de 2001 estavam ligados 60% dos lares e um número de subscritores efectivos superior a 400 mil.

O Decreto-Lei n.º 250/94 revê o regime do licenciamento municipal. Estão dispensadas de licenciamento municipal as obras no interior de edifícios não classificados ou de fração autónoma, quando não impliquem modificações da estrutura resistente das edificações, das fachadas, da forma dos telhados, das cérceas, do número de pisos ou o aumento do número de fogos.

António Champalimaud recupera a propriedade do Banco Pinto & Sottomayor, adquirindo 53% do capital por 37 milhões de contos. Os resultados do concurso público foram homologados pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 124/94, de 2 de dezembro. O Empresário António Champalimaud vendê-lo-á mais tarde ao banco espanhol Santander Central Hispano (junho de 1999), depois de anos a defender a manutenção das áreas económicas estratégicas sob controlo de grupos portugueses.

É publicado o Decreto-Lei n.º 278/94, que aprova o processo de privatização, por fases, das empresas que constituem a antiga Siderurgia Nacional, SA. Após o fracasso da primeira tentativa de privatização, em 1993, é decretada a cisão da Siderurgia Nacional em três empresas de sociedade anónima, controladas por uma sociedade holding – Siderurgia Nacional SGPS, SA: Siderurgia Nacional – Empresa de Produtos Longos, SA; Siderurgia Nacional – Empresa de Produtos Planos, SA; Siderurgia Nacional – Empresa de Serviços, SA. Duas delas seriam vendidas a empresas estrangeiras por valores considerados, por alguns, como demasiado baixos.