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Economia

1998
O número de empresas falidas em Portugal aumentou 8% relativamente a 1997, passando de 477 para 515.
1998
O Grupo Nabeiro Delta Cafés transforma a sua estrutura, dando origem a 22 empresas com mais de 1500 trabalhadores. Neste mesmo ano expande a sua atividade para Angola. Sediado em Campo maior, este grupo nasceu a partir de uma pequena empresa criada em 1961.
Dezembro
1998
É constituída a empresa Auto-Estradas do Atlântico, Concessões Rodoviárias de Portugal, SA, em ato solene de assinatura do seu contrato de concessão, com uma duração de 30 anos. Este consórcio privado é liderado pela Somague, BPI e Edifer. Esta foi a primeira concessão de auto-estradas a ser outorgada a entidades privadas no pós-25 de abril. O contrato tinha por objeto a exploração e manutenção dos 85 quilómetros da A8 Sul (CRIL/Odivelas – Caldas da Rainha) e a concepção, construção e financiamento de novos troços, numa extensão total de 85 quilómetros de auto-estradas, divididos entre a A8 Norte (Caldas da Rainha–Leiria) e a A15 (Caldas da Rainha–Santarém). O primeiro-ministro António Guterres defende esta parceria público-privado como a «única forma de assegurar ao país a realização de verdadeiros objectivos nacionais». Em 2010, o Instituto Nacional das Infraestruturas Rodoviárias divulgará que 40% das autoestradas portuguesas tinham um tráfego médio diário abaixo dos 10 000 veículos, o limiar técnico utilizado para justificar a construção deste tipo de infraestruturas. A situação era praticamente a mesma já em 2008, registando-se, entre outros troços, na referida A15 (Caldas da Rainha–Santarém).
31
Dezembro
1998
Segundo os jornais o endividamento das famílias portuguesas ultrapassou pela primeira vez o crédito concedido às empresas. As dívidas dos particulares excederam em mil milhões de contos as das empresas. Cada família deve à banca, em média, perto de dois mil contos. O crescimento do crédito à habitação (30%) explica a alteração da estrutura do crédito bancário.
23
Dezembro
1998
É publicada a Resolução do Conselho de Ministros n.º 150/98, que introduz o gás natural no mercado energético português e estabelece as directrizes políticas para o setor.
03
Dezembro
1998
No final do Conselho de Ministros, o ministro da Economia, Joaquim Pina Moura, declara que a redução dos preços da energia aos consumidores industriais e domésticos para valores compatíveis com a média europeia é um dos objectivos principais da política energética do Governo.
15
Novembro
1998
Pela primeira vez, passa um comboio na Ponte 25 de abril, fazendo o percurso entre a estação do Oriente e a estação do Fogueteiro. Este serviço é concessionado à Fertagus, operador ferroviário privado que explora a Travessia Ferroviária Norte-Sul, entre Lisboa (Roma/Areeiro) e Setúbal. A exploração do serviço iniciou-se no segundo semestre de 1999. Segundo dados da empresa, a Fertagus é responsável por 85 mil deslocações diárias e cerca de 25% dos clientes que hoje viajam no comboio, utilizavam no passado o automóvel na travessia do Tejo. As obras envolveram igualmente a ampliação do tabuleiro rodoviário para seis faixas e custaram 250 milhões de euros.
09
Novembro
1998
Em Lisboa, numa sessão especial da Bolsa de Valores, é concluída a segunda fase da privatização da Brisa por oferta pública de venda e oferta a investidores institucionais. A operação teria um encaixe de 150,395 milhões de contos. Foi vendido 31% do seu capital social. A terceira e última fase teria lugar em 1999 com a venda de mais 20%. O Estado manteve então apenas uma parcela de 14% do capital.
03
Novembro
1998
É publicado o Decreto-Lei nº 336/98, que transforma a Administração do Porto de Lisboa em sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, passando a denominar-se APL – Administração do Porto de Lisboa, SA. Possibilita-se uma gestão mais flexível e com um maior nível de autonomia, conjugando-se atividades de prestação de serviços de natureza empresarial com o seu estatuto tradicional de autoridade portuária.
30
Outubro
1998
José Oliveira e Costa, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do X Governo Constitucional, chefiado por Aníbal Cavaco Silva, assume a liderança do Banco Português de Negócios (BPN). Oliveira e Costa fora antes presidente do conselho de administração do Finibanco (desde 1994). Sob a sua direção o BPN será transformado num banco comercial, fazendo importantes investimentos em setores não financeiros. Nesse mesmo ano, é criada a Sociedade Lusa de Negócios (SLN), uma holding destinada a agregar este tipo de investimentos do grupo. Abandonará o BPN a 19 de fevereiro de 2008, na sequência de um dos maiores escândalos financeiros do período democrático que um ex-presidente do BPN, e ministro das Finanças do X Governo Constitucional, Miguel Cadilhe, classificou como: «a maior e a mais continuada fraude na banca portuguesa. A mais ostensiva também»