Cronologias

Estudantes ocupam o ISCEF, impondo «cursos livres» com abordagens de inspiração marxista.

Num contexto social e politicamente hostil à divulgação de métodos contraceptivos, começa a funcionar, no Hospital de Santo António, no Porto, uma consulta conjunta de ginecologia e planeamento familiar.

Em Lisboa, no Cine-Teatro Tivoli, é exibido o filme franco-italiano A Piscina, de Jacques Deray, com Alain Delon, Romy Schneider e Jane Birkin. Pela primeira vez, os portugueses veem (por breves segundos) os seios nus de uma mulher num ecrã de cinema.

Reuniões preparatórias da criação da cooperativa Centro Português de Cinema para a produção de filmes portugueses, com um subsídio inicial de 3200 contos da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG). É composta, entre outros, por Faria de Almeida, Ernesto Oliveira, António-Pedro Vasconcelos, Fernando Lopes, Seixas Santos, Paulo Rocha e António de Macedo.

José-Augusto França completa a sua tese de doutoramento na Universidade da Sorbonne, em Paris, sob o título Le Romantisme au Portugal: Étude de structures socioculturelles.

Na literatura, Maria Ondina Braga publica Estátua de Sal (Braga: Livraria Editora Pax), Luísa Dacosta dá à estampa Vovó Ana, Bisavó Filomena e Eu (Lisboa: Portugália), António Aleixo Este Livro Que Vos Deixo (Lisboa: Vitalino Martins Aleixo), Ruy Belo Na Senda da Poesia (Lisboa: União Gráfica), Romeu Correia O Cravo Espanhol (Lisboa: Livraria Sam Carlos), Nuno Portas A Cidade como Arquitectura (Lisboa: Livros Horizonte) e António José Saraiva Inquisição e Cristãos-Novos (Porto: Inova). Sob a direção de Jacinto do Prado Coelho, inicia-se a publicação do Dicionário de Literatura Portuguesa, Brasileira e Galega (Porto: Livraria Figueirinhas).

Na arquitectura, Marcelo Costa projecta o Hotel Navio Azul (construído em 1974), a sede do Jornal da Madeira, no Funchal, e o Edifício Kodak (nunca construído), Fernando Schiappa o Banco Nacional Ultramarino, em Díli, e Amâncio Guedes a Casa Vermelha, em Lourenço Marques.

Nas artes plásticas, Nikias Skapinakis pinta uma série intitulada Caminhos da Liberdade, Ernesto de Sousa dirige o espetáculo multimédia Nós não Estamos Algures (Clube de Teatro 1.º ato, em Algés), René Bértholo pinta Montage à l’exposition Distances, e Barata Feyo executa a estátua equestre de Vímara Peres.

Marcelo Caetano faz na RTP a primeira de 16 comunicações denominadas «Conversas em família», que se repetirão nos anos seguintes, para «conversar directamente com as pessoas, sem formalismo nem solenidades». O presidente do Conselho adopta uma postura intimista e didáctica, que contrasta com o estilo de Salazar. O teleponto foi então utilizado pela primeira vez em Portugal. A última emissão será transmitida a 28 de março de 1974.