Cronologias

O Decreto-Lei n.º 48 686 aprova a organização da Secretaria de Estado de Informação e Turismo, no âmbito da Presidência do Conselho de Ministros. Extingue, a partir de 1 de janeiro de 1969, o Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo. Os serviços de Censura deixam de estar na dependência directa do chefe do Governo.

Sob os auspícios do Sindicato Nacional de Jornalistas, realiza-se o primeiro curso de jornalismo do país. Inscrevem-se 160 candidatos, entre os quais 28 mulheres, embora estas ainda tivessem reduzida expressão nas redações portuguesas. O curso durará quatro meses em horário pós-laboral. Só no ano lectivo de 1971-1972 surgirá o primeiro curso universitário nesta área, promovido pelo ISLA (Instituto Superior de Línguas e Administração), ficando a então chamada Escola Superior de Meios de Comunicação Social sob a direção de um notável do regime autoritário, Martinho Nobre de Melo, professor da Faculdade de Direito de Lisboa.

Marcelo Caetano intervém pela primeira vez, como presidente do Conselho, na Assembleia Nacional. No seu discurso pronuncia-se a favor da manutenção da presença portuguesa em África e de uma abertura contida do regime.

A Assembleia Geral da ONU, na sua 1730.ª sessão plenária, aprova por 85 votos a favor, três votos contra e 15 abstenções a Resolução 2395 (XXIII) na qual se condena novamente a política colonial portuguesa. O objectivo era manter a pressão sobre os novos dirigentes do Estado Novo, que haviam sucedido ao Governo de António de Oliveira Salazar.

O edifício da UCP é oficialmente inaugurado pelo cardeal-patriarca de Lisboa, com a presença dos ministros da Educação Nacional e das Corporações e Previdência Social e de vários subsecretários de Estado. A 4 de novembro seriam também iniciados em Lisboa os «Estudos de Teologia» da UCP. Tanto a Faculdade de Teologia como a UCP só serão reconhecidas oficialmente pelo Governo em 15 de julho de 1971.

Marcelo Caetano procede a modificações nos órgãos dirigentes da UN. Albino dos Reis, antigo presidente da Assembleia Nacional e antigo ministro do Interior, é o novo presidente da comissão central; Guilherme de Melo e Castro, considerado uma figura liberal, é o presidente da comissão executiva.

É divulgado o «Manifesto à Nação» da autoria da ASP, assinado por cerca de quatro centenas de pessoas. A Censura cortou integralmente o texto, apesar do seu tom moderado. Aí são apresentadas as condições mínimas dos socialistas: lei de imprensa que assegure a liberdade de expressão; ampla amnistia para presos e perseguidos políticos; extinção das medidas de segurança; lei eleitoral que satisfaça as condições mínimas de recenseamento sério e a realização de eleições livres, exigidas pela oposição desde 1945.

O Governo ordena à PIDE que encerre o IST de Lisboa. Este estabelecimento de ensino era conhecido pela forte contestação política ao regime. As associações de estudantes decretam «luto académico» e denunciam ações de violência policial.

Movimento grevista de cerca de 2000 trabalhadores da Lisnave.