Cronologias

Na Assembleia Nacional, o deputado Francisco Sá Carneiro questiona o Governo sobre as garantias de defesa dos arguidos presos, defende a urgência de uma Lei de Imprensa e protesta contra os cortes feitos pela Censura a declarações suas.

Francisco Sá Carneiro, deputado da chamada «ala liberal» da Assembleia Nacional, interpela o Governo acerca da garantia de defesa dos arguidos, protesta contra os cortes da Censura às suas declarações e advoga a necessidade de rever a Lei de Imprensa.

O Decreto-Lei n.º 69/70 cria, na dependência directa do ministro do Ultramar, o gabinete do Plano de Desenvolvimento da Região do Zambeze, definindo o seu funcionamento e objectivos. Este plano estava articulado com a construção da barragem e aproveitamento hidroeléctrico de Cabora Bassa.

Realiza-se, na Casa do Alentejo, em Lisboa, uma assembleia de escritores para a discussão e votação dos estatutos da Associação Portuguesa de Escritores. A nova associação assume-se tacitamente como sucessora da Sociedade Portuguesa de Escritores, extinta em maio de 1965, após a atribuição do Grande Prémio de Novelística a Luandino Vieira, preso no Tarrafal por atividades políticas pró-independentistas em Angola. É eleita uma comissão promotora, encarregue da sua instalação, constituída por 25 escritores.

Realiza-se o despedimento de 120 trabalhadores da Fábrica Pereira Roldão, na Marinha Grande.

Pela segunda vez desde o início do ano, os trabalhadores portuários de Leixões recusam-se a fazer horas extraordinárias.

Greve dos pescadores da sardinha em Peniche e no Algarve.

Após protestos contra as condições e os regulamentos existentes na prisão do Forte de Peniche, vários presos políticos são severamente espancados. O caso teve alguma repercussão pública. Um novo episódio de espancamentos repetir-se-á no início de outubro deste mesmo ano.*

Ao declarar-se uma república, a Rodésia corta a última ligação ao Reino Unido.